Terra/PCS
ImprimirA ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro usou o seu perfil no Instagram para falar pela primeira vez após a prisão de Jair Bolsonaro (PL). O ex-presidente foi preventivamente neste sábado, 22, em Brasília (DF), pela Polícia Federal em cumprimento a uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
A prisão é uma medida cautelar. Ou seja, ainda não se trata do cumprimento da pena de 27 anos e 3 meses de prisão a qual foi condenado no julgamento da trama golpista.
Em sua postagem, Michelle citou o o Salmo 121, da Bíblia, e afirmou que "confia no Senhor". "Levantarei os meus olhos para os montes, de onde vem o meu socorro. O meu socorro vem do Senhor que fez o céu e a terra. Não deixará vacilar o teu pé; aquele que te guarda não tosquenejará. Eis que não tosquenejará nem dormirá o guarda de Israel. O Senhor é quem te guarda; O Senhor é a tua sombra à tua direita. O sol não te molestará de dia nem a lua de noite. O Senhor te guardará de todo o mal; guardará a tua alma. O Senhor guardará a tua entrada e a tua saída, desde agora e para sempre."
Bolsonaro é preso preventivamente pela Polícia Federal
Bolsonaro, que já estava em prisão domiciliar, foi levado à sede da PF. Ele ficará em uma sala de Estado, espaço reservado para figuras de alto escalão da política. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-presidente Michel Temer também ficaram detidos em salas da PF.
Segundo apurado pelo blog da Natuza Nery, a prisão cautelar foi motivada pela garantia da ordem pública, após o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) convocar uma vigília em apoio a Bolsonaro. A PF teria entendido que o ato representava risco para participantes e agentes policiais.
Denúncia e julgamento de Bolsonaro
O ex-presidente Jair Bolsonaro foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Esta é a primeira vez na história do Brasil que um ex-chefe de Estado é condenado por crimes de tentativa de golpe. Apesar disso, a prisão deste sábado, 22, ainda não é referente ao cumprimento da pena.
A denúncia contra Bolsonaro foi feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em fevereiro. Em uma manifestação de 517 páginas, o procurador Paulo Gonet Branco pediu a condenação do ex-presidente e de seus ex-ministros e militares que, segundo a acusação, integraram o ‘núcleo crucial’ do plano de golpe de Estado.
De acordo com a PGR, Bolsonaro implementou um plano progressivo e sistemático de ataque às instituições democráticas, com o objetivo de prejudicar a alternância legítima de poder nas eleições de 2022. Durante depoimento ao STF em junho, Bolsonaro negou as acusações e afirmou algumas ter seguido 'dentro das quatro linhas'.
O julgamento que condenou Bolsonaro ocorreu em 11 de setembro e foi considerado histórico, pois pela primeira vez um ex-chefe de Estado virou réu por crimes de tentativa de golpe no Brasil. A 1ª Turma do STF condenou, por 4 votos a 1, o ex-presidente a 27 anos e três meses de prisão, além de multas.
Relator do caso, Moraes votou pela condenação de todos os réus da trama golpista, afirmando que as provas apontam o ex-presidente como "líder da organização criminosa". Em divergência durante o voto mais longo entre os ministros, que durou cerca de 14 horas, Luiz Fux absolveu Bolsonaro.
