Domingo, 14 de Setembro de 2025
Polícia
14/03/2012 09:00:00
Mulheres vítimas de violência têm no B.O. instrumento necessário para polícia chegar ao agressor
O registro de boletins de ocorrências (B.O.) possibilitou à Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) esclarecer pelo menos cinco casos de estupro na Chácara das Mansões e prender o autor do crime.

Da redação/AQ

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O registro de boletins de ocorrências (B.O.) possibilitou à Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) esclarecer pelo menos cinco casos de estupro na Chácara das Mansões e prender o autor do crime. E é com a ajuda de mulheres vítimas de violência que cada vez mais as unidades policiais recebem as denúncias e, a partir disso, realizam as investigações para chegar ao agressor.
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De acordo com a titular da 1ª Deam, delegada Rosely Aparecida Molina, para que seja aberto um inquérito policial é preciso e fundamental que a vítima se dirija até uma delegacia para registrar o boletim de ocorrência. “É importante que a notícia do delito chegue até a autoridade policial. Sem conhecimento do crime nós não temos como agir. Felizmente hoje as pessoas estão mais encorajadas e nos procurando mais, não só em casos de estupros, mas também violência doméstica como um todo”, afirmou.
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Conforme Rosely Molina, a Deam vem realizando diversos trabalhos a partir de denúncias feitas por mulheres. “A efetividade de atuação da Deam está muito boa. Temos no caso de violência doméstica uma prisão a cada dois dias. Estamos chegando ao bom termo também nos casos de estupro. As autorias desconhecidas que a gente tinha estão sendo elucidadas, como nestes cinco casos onde os boletins estavam em investigação e que felizmente chegamos à autoria dos crimes”, disse. Em Campo Grande, no ano passado, foram registradas 274 ocorrências de estupro.

A titular da delegacia especializada chama a atenção para denúncias que podem ser feitas na própria unidade policial ou até mesmo por telefone. “Qualquer pessoa pode denunciar, vizinho, parente, ou seja, quem tiver conhecimento da prática de um delito. É só procurar uma unidade e fazer a denúncia ou de forma anônima pelo telefone 180. Tomando o conhecimento, a polícia vai agir colhendo indícios e outros elementos para que se responsabilize penalmente o autor de qualquer delito”, orientou.
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Com o registro dos boletins de ocorrência e a investigação de policiais civis foi preso o autor dos cinco crimes de estupro na Chácara das Mansões. De acordo com a delegada de polícia Marília de Brito Martins, há a possibilidade de haver outras vítimas, mas que preferiram não registrar o boletim de ocorrência. “Ele [autor dos crimes] pode estar envolvido em outros casos. O que levantamos é que podem existir situações que sequer as vitimas vieram registrar o B.O., porque houve apenas perseguições, tentativas, onde o autor não chegou a tocá-las”, comentou.
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A delegada ressalta que sem o conhecimento da delegacia não há como a polícia atuar. “Depende da vítima sinalizar para o Estado poder instaurar inquérito policial e averiguar o caso”, justificou. Neste último caso de estupro, a polícia chegou até o autor, porque a vítima procurou a delegacia e desde o início tinha o criminoso como suspeito. Na unidade policial, por meio do B.O., a vítima informou as características do homem como porte físico e o que utilizava para cometer o crime, com luvas, cordas, faixas e até a roupa que estava vestindo.
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Elucidação
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Por meio dos boletins de ocorrência e do trabalho investigativo dos policiais foi possível chegar até o autor de pelo menos cinco crimes de estupro em Campo Grande. Dilcleber Aparecido da Silva, 40 anos, casado e pai, está preso pela prática do estupro. “A partir do B.O. das vítimas intensificamos estas investigações e verificamos que em alguns anos esses fatos vinham acontecendo naquela região. Com estes dados, conseguimos descobrir que de alguma maneira o autor estava vinculado a essas vítimas, ou seja, trabalhando nas proximidades ou até como vizinho”, informou a delegada Marília de Brito Martins. Desde o ano de 2007, o criminoso praticava estupros na região. Ele já tem passagem pelo delito de trafico de entorpecentes.

A polícia também obteve um laudo de exame de DNA positivo em cima do autor com relação a um B.O. registrado em 2009. Os moradores também colaboraram com as investigações e relataram diversos fatos. “Concluímos, entre outras provas, que Dilcleber seria autor. Ele foi conduzido à delegacia, foi confrontado com todas as provas e optou por confessar estes crimes”, informou Marília de Brito Martins. Além da confissão, os policiais conseguiram localizar o capuz, luva, roupas que eram utilizados nos estupros.
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De acordo com a polícia, para praticar os crimes, Dilcleber Aparecido da Silva saía de casa dizendo que ia praticar a caça de tatu e sempre levava uma mochila.nbsp; “Ele ia equipado para o local dos delitos e de alguma forma conhecia as vítimas, nem que pelo menos fosse um contato visual. Possivelmente existam outras vítimas e pedimos para que elas também nos procurem”, solicitou a titular da Deam, Rosely Molina. A 1ª Deam fica na rua Sete de Setembro, 2421, no Centro.nbsp;
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