Polícia
03/09/2013 09:00:00
PF prende oito pessoas suspeitas de fraude no Ministério do Trabalho
A Polícia Federal (PF) prendeu oito pessoas nesta terça-feira, incluindo um assessor do Ministério do Trabalho, durante uma operação que apura irregularidades no repasse de até R$ 47,5 milhões do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) para a ONG Centro de Atendimento ao Trabalhador (Ceat).
G1/PCS
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\n \n A Polícia\n Federal (PF) prendeu oito pessoas nesta terça-feira, incluindo um assessor do\n Ministério do Trabalho, durante uma operação que apura irregularidades no\n repasse de até R$ 47,5 milhões do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) para a\n ONG Centro de Atendimento ao Trabalhador (Ceat). \n \n A ONG possui\n 12 unidades em São Paulo e no Rio de Janeiro. Na operação batizada de Pronto\n Emprego, Gleide Santos Costa foi preso com cerca de R$ 30 mil de propina num\n hotel de São Paulo. Costa é assessor da Secretaria de Políticas Públicas de\n Emprego. Ao longo da tarde, um servidor do ministério chegou a informar que\n Costa era da assessoria da Secretaria-Executiva. No início da noite, o\n ministério corrigiu a informação.\n \n Segundo o\n delegado Rodrigo Sanfurgo, responsável pela operação, o assessor chegou a São\n Paulo na segunda-feira de manhã, vindo de Brasília. À tarde, visitou uma\n unidade da ONG, localizada na Zona Sul paulistana, onde recebeu o dinheiro. Em\n seguida, foi para o hotel.\n \n O assessor,\n segundo delegados da PF, foi responsável por assinar convênios entre o Ceat e o\n Ministério do Trabalho. A ONG é a que mais recebe verba do ministério para\n manter centros de qualificação profissional ao todo, desde 2009, recebeu\n cerca de R$ 47,5 milhões do Ministério do Trabalho.\n \n A PF não\n sabe ainda o valor exato da quantia desviada.\n \n A presidente\n do Ceat, Jorgette Maria de Oliveira, também foi presa. A PF realizou buscas na\n casa dela, em São Paulo, encontrando carros de luxo das marcas Audi e Land\n Rover, que foram apreendidos. A diretoria da Ceat estava comprando mercadorias\n da China, que seriam revendidas numa loja da rua 25 de Março, para, segundo\n investigadores, lavar o dinheiro.\n \n Segundo o\n delegado da Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros (Delefin), da PF, a\n investigação não é um desdobramento das irregularidades que derrubaram o\n ex-ministro Carlos Lupi (PDT), demitido em dezembro de 2011. A PF ainda não\n encontrou vínculos entre partidos, embora Jorgette tenha sido filiada ao PDT:\n ela foi uma das fundadoras do partido no Rio. O PDT controla a pasta.\n \n Além de na\n unidade da ONG em São Paulo, a PF fez buscas no Ministério de Trabalho em\n Brasília. A Polícia Federal constatou o desvio dos recursos públicos e lavagem\n de dinheiro desde a concessão de verbas, passando pelo direcionamento das\n contratações, inexecução de contratos, doações fictícias e simulações de\n prestações de serviço até a reinserção do dinheiro ao sistema\n econômico-financeiro.\n \n Foram\n cumpridos 38 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Rio de Janeiro e\n Brasília, todos expedidos pela Justiça Federal de São Paulo. A operação contou com\n a participação de 150 policiais federais e dois auditores do Tribunal de Contas\n da União (TCU), que teria constatado irregularidades na prestação de contas do\n Ceat. Os presos responderão por quatro crimes: corrupção, formação de\n quadrilha, lavagem de dinheiro e peculato. Somadas, as penas podem chegar a 37\n anos.\n \n Fundada em\n 2002, a Ceat se define como uma Organização da Sociedade Civil de Interesse\n Público (Oscip) que se tornou uma referência na inclusão socioprodutiva e no\n resgate da autoestima do trabalhador.\n \n A\n organização surgiu em função da necessidade de enfrentar um cenário dramático\n de desemprego no Brasil, em particular, na região metropolitana de São Paulo,\n diz o site da ONG. Desde sua inauguração, em 2002, já atendeu mais de um\n milhão de trabalhadores em condição de desemprego.\n \n A Ceat não\n se manifestou publicamente sobre o ocorrido.\n \n \n
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