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Polícia
05/12/2019 07:40:00
Quadrilha chefiada por dono de fazendas em MS já teve avião abatido
O bando tinha pelo menos 19 aviões e chegou a ter aeronave abatida pela Força Aérea Brasileira em Mato Grosso do Sul

CGNews/PCS

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Imagem divulgada pela PF mostra possível carregamento de avião com pacotes de cocaína. (Foto: Divulgação/PF)

A Operação Voo Baixo, desencadeada pela Polícia Federal de São Paulo nesta quarta-feira (4) desarticulou organização criminosa voltada ao tráfico internacional de cocaína, negociada pela facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), que fazia a rota Bolívia/Europa com entrada por MS, na fronteira, passando por cidades do interior de São Paulo até que os carregamentos fossem despachados via Porto de Santos.

O bando tinha pelo menos 19 aviões e chegou a ter aeronave abatida pela Força Aérea Brasileira em Mato Grosso do Sul, em abril do ano passado, segundo informação divulgada pela Polícia Federal ontem pela manhã.

Foto: Divulgação/PF
Foto: Divulgação/PF

Considerado chefe da quadrilha, Rubens de Almeida Salles Neto foi preso na casa dele em São José Rio Preto (SP), cidade onde era conhecido como empresário e se apresentava, ainda, como dono de fazendas em Mato Grosso do Sul.

A droga, segundo a investigação, era transportada da Bolívia para cidades de MS em 19 aviões operados pelo grupo, ficava armazenada em galpões de municípios do Estado, depois ia para São Paulo, em veículos preparados para esse fim, com fundos falsos, por exemplo. Nas cidades paulistas, o produto ilícito era guardado em chácaras e sítios, para depois ser levado ao Porto de Santos, com destino a países europeus.

A movimentação mensal é estimada em 1,5 tonelada de cocaína, 85% disso para “exportação”, com valor cinco mil por cento maior que o de compra na Bolívia, cuja negociação tinha, de acordo coma Polícia Federal, o domínio do PCC. Os aviões eram regulares, segundo informado, mas apresentavam planos de voos falsos para conseguir fazer o transporte da cocaína produzida no país vizinho.

“Herança” - Em entrevista coletiva à imprensa, o coordenador da operação, delegado de Polícia Federal, Fabrizio Galli, informou que o chefe da quadrilha, sem identificar o nome, “assumiu” as operações depois da morte do sogro, em 2011. A esposa dele, identificada pelo Campo Grande News como Beatriz Gatti, também foi presa.

O pai dela se trata de Carlos Alberto Simões Junior, encontrado morto em uma fazenda de Coxim, na região Norte do Estado, em 2011. Ele havia sido preso na operação Deserto, destinada justamente a desarticular quadrilha de envio de droga da Bolívia para a Europa.

A esposa dele, a boliviana Cyntia Lijeron Gomez, também já morreu. Foi executada em julho de 2011 em Rondonópolis, no Mato Grosso.

Aeronave abatida

O coordenador da operação de hoje informou que no ano passado, a interceptação de aeronave do grupo ocorreu por não haver autorização para a entrada no país, obedecendo a lei do abate. O aparelho, acompanhado por equipes da FAB, fez pouso forçado no Pantanal, a 150 quilometros de Corumbá, segundo noticiado à época. Carregava meia tonelada de cocaína. O lugar não foi informado.

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