Sábado, 20 de Abril de 2024
Polícia
11/06/2020 13:16:00
Sem as vítimas e o assassino, polícia investiga execução
Possibilidade de matador pertencer a uma facção não está descartada

CE/PCS

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Antônio Marcos Roque da Silva, foi velado e sepultado em Coxim, sua terra natal (Foto: PC de Souza)

A morte dos investigadores Antônio Marcos Roque da Silva, 39, e Jorge Silva dos Santos, 50, ainda não é um caso encerrado para a Polícia Civil, que continuará apurando as circunstâncias do crime, cometido por Ozeias Silveira de Morais, vigilante de 44 anos que atirou na nuca dos dois, no fim da tarde de terça-feira, na Rua Joaquim Murtinho com a Rua Chaad Scaff.

Segundo a polícia, Ozeias estava no banco de trás de um Fiat Mobi, usado como viatura descaracterizada na investigação sobre um roubo de joias ocorrido em 21 de maio. Sem algemas por estar sendo levado à delegacia apenas como testemunha, apesar de existirem suspeitas sobre ele, em dado momento, Ozeias sacou uma arma escondida e atirou, matando os policiais.

“Ainda há outras circunstâncias que podem surgir dentro da investigação, e elas serão melhor esclarecidas no inquérito policial. Essas são as informações que poderíamos apresentar até o momento”, disse o delegado Tiago Macedo, adjunto da Delegacia Especializada de Homicídios (DEH), que ficou à frente das investigações com o delegado João Paulo Sartori, do Garras.

Junto de Ozeias estava Willian Dias Cormelato, que teria participação no roubo e seria esposo de uma de suas sobrinhas. A Polícia Civil diz que foi ele quem apontou para Antônio e Jorge a participação de Ozeias no roubo, indicando também onde ele estaria. Porém, de acordo com o delegado-geral Marcelo Vargas, não havia elementos suficientes para que o vigilante fosse algemado na condução até a delegacia.

Willian, por ter mandado de prisão em aberto por violência doméstica, foi algemado. Ele fugiu do local do crime e logo foi capturado. Já Ozeias obrigou que uma mulher em um Honda HRV branco o levasse até a Vila Nhá-Nhá, onde desembarcou e seguiu fugindo em um táxi. Procurado durante toda a madrugada de ontem, ele foi encontrado às 4h, no Bairro Santa Emília.

“Recebemos a informação de que ele estava em determinada casa naquele bairro e fomos até lá com quatro equipes. Fizemos a incursão e, no momento do arrombamento, o indivíduo que estava abrigando Ozeias correu para o fundo, enquanto Ozeias reagiu e acabou sendo baleado”, explica Sartori sobre a dinâmica da busca, que antes tinha contado com varredura pela cidade com apoio da Guarda Municipal, PM e até helicóptero.

FACÇÃO

Uma possível ligação de Ozeias com alguma facção criminosa, como a paulista Primeiro Comando da Capital (PCC), não está descartada da investigação policial, revela João Paulo Sartori. “Pode ser [que Ozeias seja faccionado]. É uma hipótese que vai ser investigada”, frisou o delegado do Garras. Ele ainda diz que a mulher que foi obrigada a dirigir para Ozeias afirmou em depoimento ter ouvido no carro a confissão dos assassinatos.

INFORMAÇÕES DESENCONTRADAS

No dia do crime, várias informações desencontradas circularam, incluindo até a de que se tratava de um resgate de bandidos. Testemunhas que passaram pelo local minutos após a morte dos policiais afirmaram que a ação policial foi bastante ágil, incluindo agentes em veículos descaracterizados em busca do autor. “Eram quatro policiais em um Fiat Uno. Como era descaracterizado, ninguém abria passagem”, contou uma testemunha.

Foto: PC de Souza
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