Domingo, 14 de Setembro de 2025
Polícia
14/01/2013 12:05:44
Sistema bloqueia celulares e presos tentam reclamar com operadoras em SP
Um software nacional que bloqueia ligações de celulares em presídios foi instalado em sigilo no Centro de Detenção Provisória de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo.

Folha/PCS

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\n \n Um\n software nacional que bloqueia ligações de celulares em presídios foi instalado\n em sigilo no Centro de Detenção Provisória de Mogi das Cruzes, na Grande São\n Paulo. \n \n Funciona\n desde 18 de outubro e até agora seu aproveitamento foi de 100%, segundo\n relatório que está em poder do governador Geraldo Alckmin e foi obtido com\n exclusividade pela Folha. \n \n Os\n testes tiveram autorização da SAP (Secretaria da Administração Penitenciária).\n Celulares são uma grande arma para o crime organizado agir de dentro das\n prisões. \n \n O\n dispositivo não interferiu em celulares fora da prisão --problema verificado em\n testes com outros aparelhos. \n \n Os\n funcionários da penitenciária sabiam que o equipamento havia entrado em\n operação. Os presos, não. \n \n Com\n ligações incompletas, houve várias tentativas de chamados para os SACs (Serviço\n de Atendimento ao Cliente) das operadoras, para tentar descobrir o motivo.\n Somente para o SAC da TIM, foram 23 tentativas nos três primeiros dias. \n \n Chips \n \n Segundo\n o relatório, foram detectados nos primeiros nove dias de testes 1.513 chips\n dentro da prisão, que abriga 2.042 detentos. O número inclui os aparelhos de\n 264 agentes e funcionários, bem como das visitas, todos bloqueados. \n \n O\n sistema (ou software) bloqueia qualquer tipo de celular, seja de tecnologia\n comum, 3G ou rádio (Nextel), e é produzido pela empresa Innovatech. \n \n Desde\n 2006, a SAP faz testes com um outro equipamento, de uma companhia de origem\n israelense, a Suntech. \n \n As\n duas travam uma batalha nos bastidores por eventual distribuição dos\n equipamentos ao poder público. \n \n O\n nacional tem custo estimado em R$ 600 mil por unidade; o outro, R$ 1 milhão\n \n "Sugador" \n \n O\n bloqueador nacional funciona a partir da estrutura de um\n "amplificador" de sinal de celular, um equipamento geralmente usado\n em fazendas e lugares ermos. \n \n O\n software inverteu esse "amplificador", transformando-o numa espécie\n de "sugador" ou "ímã" de ligações. \n \n Qualquer\n aparelho ligado que adentrou o perímetro do CDP de Mogi, ou que já estava lá\n dentro e foi ligado, foi identificado imediatamente. \n \n Se\n o aparelho faz uma ligação, o sistema deixa que ela seja feita, mas não que\n seja completada. Também identifica dia e horário, o número para qual chamou e\n quanto tempo durou a tentativa. \n \n Não\n permite ainda que ligações de fora para dentro do presídio sejam completadas. \n \n Por\n meio de sua assessoria, a SAP informou que não pode prestar qualquer tipo de\n informação sobre os testes. A justificativa é que o protocolo de intenções,\n firmado entre a pasta e uma empresa do ramo, possui cláusula de\n confidencialidade. \n \n Innovatech\n e Suntech não quiseram se manifestar. \n \n Interceptações \n \n O\n presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários de São Paulo, Daniel\n Grandolfo, confirmou os testes, mas disse ser contrário ao bloqueio em todos os\n presídios paulistas. \n \n "As\n interceptações feitas com autorização judicial já salvaram muitas vidas de\n agentes e policiais. Não dá para ficar sem informação do crime organizado. Se\n todos os presídios forem bloqueados, não saberemos quais são os próximos passos\n desses criminosos."
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