Sheila Forato
ImprimirUm dos policiais militares na Operação Oiketikus, na quarta-feira (16), é de Coxim. Trata-se do segundo sargento Ricardo Campos de Figueiredo, de 42 anos, que é motorista e segurança do governador Reinaldo Azambuja (PSDB).
Quando a operação foi deflagrada não tinha mandado de prisão contra o coxinense, mas de busca e apreensão de celulares. Entretanto, quando os policiais chegaram à casa dele, Ricardo se trancou no banheiro e destruiu os dois aparelhos que tinha.
Por conta disso, acabou sendo preso por obstrução à justiça. Além de Ricardo, foram presos outros 20 policiais na operação desencadeada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), com apoio da Corregedoria da Polícia Militar.
Segundo a denúncia, os policiais formaram uma organização criminosa para atuar no contrabando de diversos produtos, mas, principalmente de cigarro. Eles cobrariam propina dos contrabandistas para facilitar o trânsito em rodovias de Mato Grosso do Sul. Como se não bastasse, eles também tentavam dificultar a atuação de outras forças de segurança na investigação desse tipo de crime.
Histórico
Ricardo já foi investigado por corrupção passiva. Ele e outros policiais militares foram acusados de cobrar propina de motoristas que cometiam irregularidades no trânsito, em Camapuã, região norte de Mato Grosso do Sul, entre os anos de 2002 e 2003, mas acabou sendo absolvido.
Promoções
Desde 2015, primeiro ano de gestão de Reinaldo Azambuja, Ricardo foi promovido duas vezes. As promoções renderam um aumento considerável em seu salário, que saltou de R$ 4 mil para R$ 16 mil por mês, conforme o Portal da Transparência. As justificativas das duas promoções foram "Atos de Bravura".