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Política
17/06/2019 17:12:00
Após demissão de Levy, Bolsonaro e Guedes têm reunião não prevista na agenda oficial

G1/LD

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O presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, se reuniram na manhã desta segunda-feira (17) no Palácio do Planalto. O encontro não estava previsto na agenda de ambos. A previsão oficial era de eles se encontrarem somente às 15h. Não houve declarações à imprensa após do encontro.

A reunião aconteceu após um fim de semana agitado, quando foi confirmada a demissão de Joaquim Levy da presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A instituição financeira é formalmente subordinada ao Ministério da Economia.

Levy pediu demissão na manhã neste domingo (16), um dia após o presidente Jair Bolsonaro ter dito em entrevista coletiva que ele estaria com a "cabeça a prêmio". Bolsonaro cobrava de Levy a demissão de Marcos Pinto, que renunciou no sábado após a fala do presidente.

Na tarde deste sábado (15), antes de embarcar para viagem ao Rio Grande do Sul (RS), o presidente Jair Bolsonaro afirmou a jornalistas que Joaquim Levy está com a "cabeça a prêmio". Bolsonaro deu a declaração no momento em que deixava o Palácio da Alvorada, em Brasília.

Na entrevista, Bolsonaro, sem ser questionado, disse que mandou Joaquim Levy demitir o diretor de Mercado de Capitais do BNDES, Marcos Barbosa Pinto. O presidente afirmou, ainda, que se Barbosa não fosse demitido, ele, Bolsonaro, demitiria Levy.

"Eu já estou por aqui com o Levy. Falei para ele: 'Demita esse cara na segunda-feira ou demito você sem passar pelo Paulo Guedes'", disse o presidente.

Marcos Pinto, a quem Bolsonaro se referiu, foi chefe de gabinete de Demian Fiocca na presidência do BNDES (2006-2007). Fiocca era considerado, no governo federal, um homem de confiança de Guido Mantega, ministro da Fazenda nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.

Ainda na noite deste sábado, Marcos Pinto enviou carta de renúncia a Joaquim Levy. Na carta, Marcos Pinto afirmou que decidiu deixar o cargo em razão do "descontentamento manifestado" pelo presidente Jair Bolsonaro.

Segundo o ministro da Economia, o fato de Levy ter optado por "nomes ligados ao PT" para cargos no banco desagradou Jair Bolsonaro.

Joaquim Levy assumiu a presidência do banco em janeiro deste ano. Levy comandou o Ministério da Fazenda no segundo mandato de Dilma Rousseff e deixou o cargo após 11 meses.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse na manhã desta segunda-feira (17) que a saída de Joaquim Levy da presidência do BNDES e do advogado Marcos Barbosa Pinto da diretoria de Mercado de Capitais do banco é "uma covardia sem precedentes".

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