Sexta-Feira, 19 de Abril de 2024
Política
28/02/2019 17:00:00
Assessores avaliam que é cedo demais para Bolsonaro admitir mudar pontos da reforma

G1/LD

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A reforma da Previdência nem passou pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ), ou seja, está ainda distante de negociações sobre o mérito da medida, e o presidente Jair Bolsonaro já admite negociar pontos como a idade mínima de aposentadoria das mulheres.

Na avaliação de assessores presidenciais, ele fez um movimento “cedo demais” ao acenar com mudança em pontos relevantes da reforma.

Para eles, nesta fase, em que a proposta ainda não chegou a tramitar dentro da Câmara dos Deputados, o presidente deveria ter mantido o discurso que vinha adotando até agora, na linha de que o governo está aberto a negociações e que o Congresso deve fazer aperfeiçoamentos nas propostas elaboradas pela equipe econômica. O mesmo que a equipe econômica vinha afirmando.

A avaliação é de que antecipar-se e indicar pontos importantes que podem ser modificados significa enfraquecer os negociadores do governo no momento em que a reforma for colocada em votação, por exemplo, na comissão especial, que discute o mérito da medida depois de sua admissibilidade ser aprovada na CCJ.

Bolsonaro, na verdade, sempre defendeu uma idade de aposentadoria mais baixa do que a fixada pela equipe econômica na proposta enviada ao Congresso. Ao dizer a jornalistas, durante café no Palácio do Planalto, que pode concordar com uma redução na idade mínima de aposentadoria das mulheres de 62 para 60 anos, estava externando apenas o que já havia dito para sua equipe econômica.

No dia em que bateu o martelo sobre a reforma da Previdência, ele propôs colocar no texto idade mínima de aposentadoria de 65 para homens e 60 para mulheres. A equipe econômica, que defendia uma idade igual para ambos os sexos, de 65 anos, sugeriu então 65 e 62 anos. O presidente concordou. Mas agora ele acena com a possibilidade de o seu desejo prevalecer.

Um aceno feito cedo demais, que preocupa a equipe econômica, porque a estratégia do Ministério da Economia é evitar modificações que acabem desidratando a reforma da Previdência e não garantindo pelo menos uma economia de R$ 1 trilhão num período de dez anos.

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