Sexta-Feira, 19 de Abril de 2024
Política
06/08/2019 11:22:00
Auxiliares de Bolsonaro admitem aceno a Alcolumbre com vagas no Cade

G1/LD

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Auxiliares do presidente Jair Bolsonaro admitem, nos bastidores, que “faz parte” o governo “ceder” ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), na indicação de dois nomes para o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), se quiser facilitar a aprovação de seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), para a embaixada do Brasil nos Estados Unidos.

A indicação de embaixadores tem que passar pelo Senado, que é responsável por aprovar ou não os nomes enviados pelo presidente da República.

Nesta terça-feira (6), ministros do governo disseram ao blog que esse tipo de negociação é normal e não vai interferir na “qualidade” dos indicados a conselheiros do Cade, órgão responsável pelo combate a abusos do poder econômico.

Governistas rejeitam classificar a negociação com o Senado como “toma lá dá cá”.

A negociação em questão é a seguinte: em maio, os ministros Paulo Guedes (Economia) e Sergio Moro (Justiça) enviaram ao Senado dois nomes de candidatos a conselheiros no Cade para serem sabatinados pela Comissão de Assuntos Econômicos.

Acontece que Alcolumbre não foi consultado pelo Executivo a respeito dos nomes, e o Senado não pautou a sabatina dos indicados na comissão.

Após a queixa chegar ao Planalto e, em meio aos movimentos por apoio a Eduardo, Bolsonaro abriu diálogo com Alcolumbre – e sinalizou que o presidente do Senado participará da escolha dos indicados ao Cade.

O pedido de retirada das duas indicações do Cade foi publicado na quinta-feira no Diário Oficial. O órgão tem sete integrantes – seis conselheiros e o presidente do Cade. Hoje, está sem quórum para julgar casos pendentes, já que o mandato de quatro conselheiros se encerrou e o tribunal aguarda suas substituições.

Parlamentares ouvidos pela reportagem avaliam que o gesto do presidente de incluir Alcolumbre na negociação dos nomes facilitará a celeridade da aprovação do nome de Eduardo Bolsonaro para a embaixada dos EUA, assim que o nome for encaminhado ao Senado.

Elogio de Trump

A indicação de Eduardo é criticada por especialistas e diplomatas, mas o presidente Bolsonaro já reiterou que fará a indicação.

Para o Planalto, a declaração de Donald Trump elogiando o filho do presidente influenciou a “melhora no ambiente político ” e foi um “sinal verde” para a nomeação. Trump disse estar feliz pela indicação de Eduardo, que chamou de “extraordinário”.

Com as movimentações políticas do presidente para garantir apoio a Eduardo, o Planalto acredita que o Senado aprovará a indicação e que, se houver alguma resistência, será no Supremo Tribunal Federal- isso se a questão for judicializada.

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