Sexta-Feira, 26 de Abril de 2024
Política
07/06/2019 14:16:00
Com autorização do STF para venda de subsidiárias, Petrobras espera amortizar dívida e ampliar produção de óleo e gás

G1/LD

Imprimir

O presidente da Petrobras, Roberto Castelo Branco, elogiou nesta sexta-feira (7) a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que autoriza as estatais a venderem suas subsidiárias sem necessidade de aval do Congresso. Sem detalhar se a petroleira vai, agora, acelerar seu programa de desinvestimentos, afirmou que irá ampliar a produção de óleo e gás com os recursos das vendas.

“A decisão do STF foi esplêndida. Mostrou que no Brasil as instituições são fortes e funcionam garantindo o cumprimento da lei”, disse o CEO ao falar com jornalistas após evento de apresentação do programa de proteção de dutos da companhia.

Segundo Castelo Branco, a prioridade com os recursos advindos da venda de ativos será a amortização da dívida da companhia e o aumento dos investimentos na exploração de petróleo.

“Para a Petrobras é muito importante porque com esses recursos, através de vendas de ativos, serão usados para redução de dívidas. A Petrobras ainda é uma empresa muito endividada”, disse.

O executivo afirmou que a produção de óleo e gás da companhia está estagnada há dez anos e criticou os investimentos feitos nos últimos anos em detrimento da atuação principal da empresa.

“No lugar de investirmos na expansão da produção de petróleo e gás, nós desperdiçamos recursos milionários em projetos que nada acrescentaram além de prejuízos, vendendo ilusões da criação de milhares de empregos que acabaram sendo temporários, causando enorme prejuízo ao nosso país”, disse.

Questionado, o presidente da Petrobras não respondeu se a empresa vai acelerar a partir de agora seu programa de desinvestimentos, nem detalhou quais os principais ativos que devem ser ofertados. Todavia, fez questão de enfatizar que a estatal não será “desmontada”. A Petrobras possui atualmente 35 subsidiárias.

“Nós não estamos promovendo nenhum desmonte da Petrobras. Ao contrário, estamos fortalecendo sua função principal que é a produção de petróleo e gás”. “Temos planos ousados de transformar essa empresa em uma das melhores e maiores companhias de petróleo do mundo”, completou.

Castelo Branco disse que o primeiro ativo a ser vendido já foi anunciado: a Liquigás. “Não se trata de privatização, mas de gestão de portfólio que toda empresa faz. Toda grande empresa procura ter o melhor portfólio adequado à sua estratégia de criação de valor”, disse.

Potencial de arrecadação com vendas

No plano apresentado pela Petrobras para o período de 2019 a 2023 não há previsão do valor a ser levantado com o programa de desinvestimentos. Em março, o presidente da companhia informou a expectativa de arrecadar US$ 10 bilhões ainda no primeiro semestre deste ano, o que corresponde a cerca de 70% do montante de recursos arrecadados ao longo de todo o ano passado com a venda de ativos.

Em dezembro do ano passado, antes da mudança da direção da empresa, a Petrobras estimou uma potencial entrada de recursos de US$ 26,9 bilhões com venda de ativos entre 2019 e 2023.

Segurança para investidores

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, que também participou do evento da Petrobras, disse que a decisão do STF vai promover a atração de novo investimentos no país, pois dá segurança jurídica ao mercado.

“Agora, ele [o governo] vai ter a segurança para vender aquilo que ele pensa que não deva o estado atuar e, também, para aqueles que desejam fazer negócios no país poderão fazê-lo com segurança”, disse o ministro.

Na entrevista, Albuquerque adiantou que irá apresentar no final deste mês à Câmara dos Deputados, o Novo Mercado de Gás.

COMENTÁRIO(S)
Últimas notícias