Sexta-Feira, 26 de Abril de 2024
Política
23/10/2019 07:55:00
Desistência de Eduardo Bolsonaro faz de Nestor Forster o provável embaixador em Washington

Agência Brasil/LD

Imprimir

A desistência de Eduardo Bolsonaro de ser embaixador em Washington, em razão das dificuldades políticas para ter seu nome aprovado pelo Senado, abriu o caminho para o embaixador Nestor Forster, plano inicial do governo antes de o filho do presidente desejar a vaga.

Forster foi apontado pelo presidente Jair Bolsonaro, em entrevista no Japão, como "bom nome" para o cargo.

Na carreira diplomática, Nestor Forster deu "carona" a 43 embaixadores, o que quer dizer no jargão da diplomacia que ele passou à frente de outros 43 colegas mais antigos para atingir o topo da carreira e se tornar embaixador, exigência para assumir o comando de uma embaixada.

Com a pretensão de Eduardo Bolsonaro, Forster passou a ser o número dois da representação do Brasil em Washington e, se agora for indicado, fará sua estreia como chefe de missão diplomática no exterior na embaixada em Washington.

Nestor Forster tem como um dos principais atributos no governo Bolsonaro o fato de ser ter sido o responsável por apresentar Olavo de Carvalho ao chanceler Ernesto Araújo.

Assim, ele se aproximou de toda a família Bolsonaro. E admira os conceitos políticos de direita propagados por Olavo de Carvalho.

Eduardo Bolsonaro disse que pretende ficar no Brasil, articulando a direita no país e em contato com outros países.

Em post em suas redes sociais, afirmou que pretende organizar "mini Cpacs"(Convenção de Ação Política Conservadora) para combater o socialismo.

Eduardo Bolsonaro também agradeceu ao pai, Jair Bolsonaro, e ao presidente Donald Trump, cujo governo já havia aprovado o seu agreement,ou seja, o "de acordo" para assumir a representação brasileira nos Estados Unidos.

"O presidente jogou isso nas minhas costas", desabafou o deputado no meio da tarde, ao comentar a declaração do presidente Bolsonaro de que a decisão seria pessoal do deputado, mas que ele próprio achava melhor que o filho continuasse no Brasil.

Foi a pá de cal na pretensão do deputado Bolsonaro. Ele ainda tentou sondar no Senado suas chances de ter o nome aprovado. Passou pelo plenário que discutia a reforma da Previdência para tomar a temperatura do caso. Não ouviu estímulos e, à saída, disse que teria de decidir entre as duas funções: ser líder do PSL ou embaixador em Washington.

Eduardo já atua como líder e em qualquer mudança de planos ele teria de deixar o posto, abrindo mais um foco de crise no PSL.

O deputado só anunciou oficialmente sua desistência já perto de 22h. Mas o mundo político já o considerava fora do jogo.

Ele próprio, antes de assumir a liderança do partido se preocupou com o destino da indicação para a embaixada - a derrota inicial o enfraqueceu, e depois conseguiu reverter, mas o trabalho exigirá sua presença mais firme na Câmara.

O caminho antes pretendido era o de estabelecer o menor prazo possível para ficar como líder e tentar a indicação de embaixador. Não deu, e ele fica na Câmara.

COMENTÁRIO(S)
Últimas notícias