CE/PCS
ImprimirSe por um lado a chegada do ex-governador Reinaldo Azambuja ao comando do PL em Mato Grosso do Sul vai fortalecer politicamente a legenda no Estado, por outro deve frear o sonho de bolsonaristas raízes já filiados à legenda de conquistarem cadeiras na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems) e na Câmara dos Deputados.
Isso, porque junto com Azambuja três medalhões do ninho tucano também anunciaram que vão ingressar no partido do ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro na janela partidária de março a abril de 2026 e um outro já assinou a ficha de filiação com o ex-governador para disputar o pleito do próximo ano.
Os deputados estaduais Zé Teixeira, Jamilson Name e Mara Caseiro, todos do PSDB, vão se filiar ao PL durante a janela partidária para, respectivamente, tentarem a reeleição, no caso dos dois primeiros, e a eleição para deputada federal no caso da última, enquanto o ex-prefeito de Aquidauana, Odilon Ribeiro, já deixou o ninho tucano e ingressou no partido de Bolsonaro para concorrer à eleição de deputado estadual.
Com esses três medalhões da política estadual concorrendo a cargos eletivos pelo PL em 2026, as chances de sucesso diminuem consideravelmente para os novatos, que já estão no partido de Bolsonaro, como os vereadores Ana Portela e André Salineiro, a suplente de vereadora Vivi Tobias e o empresário Marcos Derzi.
Enquanto Ana Portela e Vivi Tobias vão tentar vagas na Assembleia Legislativa, André Salineiro e Marcos Derzi sonham mais alto e pretendem disputar cadeiras na Câmara dos Deputados, porém, os quatro têm pela frente veteranos campeões de votos, que são Zé Teixeira, Jamilson Name, Mara Caseiro e Odilon Ribeiro, nomes que são dados como, praticamente, garantidos nos cargos de deputados estaduais e federais.
Os quatro medalhões atraídos por Azambuja devem ajudar o ex-governador a cumprir a promessa feita a Bolsonaro de que aumentaria o número de cadeiras do PL na Assembleia Legislativa e também na Câmara dos Deputados – no primeiro caso, junto com o deputado estadual Coronel David, o partido deve subir para quatro cadeiras contra as três atuais, enquanto no segundo caso a meta é chegar a três federais contra as duas atuais.
Por outro lado, enquanto o partido deve se fortalecer politicamente, a renovação da legenda fica estagnada, pois os novos quadros não dificilmente são páreos para os quatro nomes postos na disputa, pois têm muito mais base e tempo de vida política contrastando com os novatos, que ainda têm um longo caminho a trilhar.
No entanto, qualquer que seja o desempenho dos novatos, quem deve ganhar mesmo é o PL de Azambuja, que tem a difícil missão de tornar a legenda tão forte quanto era o PSDB em Mato Grosso do Sul. Porém, ele terá o desafio de administrar os egos dos medalhões e dos novatos para que um não prejudique o outro, algo que fatalmente pode, em vez de fortalecer a sigla, torná-la uma presa fácil para os partidos adversários.
Se o ex-governador obter mais esse feito, terá nas mãos peças importantes para fortalecer ainda mais o PL nos próximos pleitos que virão depois de 2026, já começando pelas eleições municipais de 2028, quando serão eleitos os novos prefeitos e vereadores, e, depois, para as de 2030, quando serão disputadas as vagas de governador, senador e deputados estaduais e federais.
*Saiba
Pesquisa do Instituto Paraná divulgada nesta semana mostrou que o ex-presidente Jair Bolsonaro será o grande eleitor em 2026. Conforme Murilo Hidalgo, diretor da Paraná Pesquisas, o levantamento demonstrou que não há dúvidas de que, caso ele venha a apoiar alguém no campo da centro-direita no começo da campanha, seu escolhido ganhará muita força.
No entanto, assim como vai transferir votos, Bolsonaro também vai passar por rejeição, pois a pesquisa mostrou que a maior parte dos brasileiros quer mudança na forma de governar, assim, será um pleito mais de mudança que de continuidade.
 
                        
 
	    		 
	    		 
	    		