Ângelo Gari teria recebido salário da Prefeitura sem trabalhar (Foto: Sheila Forato)

Por oito votos a quatro, a Câmara de Coxim adiou a votação da abertura de Comissão Processante para investigar o vereador Ângelo Gari (PP), durante sessão extraordinária, na manhã desta segunda-feira (13).

O adiamento se deu depois que o presidente da Casa de Leis, Wiliam Meira (PSDB), levantou que os documentos que comprovam a identidade e a condição de eleitor estavam fora do prazo de validade.

Agora, o denunciante tem cinco dias para encaminhar os dois documentos. Para se identificar ele anexou CNH (Carteira Nacional de Habilitação), vencida em fevereiro, e título de leitor emitido em 2.000.

O vereador Abilio Vaneli (PT) chegou a puxar a certidão de quitação eleitoral do denunciante, durante a sessão, mas, a maioria entendeu que é o próprio que tem de anexar os documentos. Ser eleitor é uma das condições para efetuar a denúncia.

Assim que o denunciante anexar os documentos, uma nova sessão será marcada para que os vereadores decidam o destino na denúncia. Eles podem votar pela abertura da Comissão Processante e de Investigação e investigar o colega por quebra de decoro parlamentar ou arquivar a denúncia, que também foi feita ao Ministério Público de Mato Grosso do Sul.

O denunciante alega que desde janeiro de 2021 Ângelo vem recebendo salário da Prefeitura de Coxim, onde é concursado como servente, sem trabalhar. No mesmo mês em que essa situação se tornou pública, o vereador em questão foi afastado, por meio de decreto.

Durante a sessão, Ângelo se pronunciou pela primeira vez sobre o caso. Ele confirma que conciliava as funções pertinentes ao seu trabalho com o mandato de vereador. No Portal da Transparência da Prefeitura de Coxim consta que ele estava lotado na Defesa Civil.

Ele disse que todas as vezes que precisou se ausentar do município em decorrência da vereança pediu ao Recursos Humanos da Prefeitura que descontasse os dias não trabalhado, mas, isso não aconteceu. “Se teve erro foi deles”, enfatizou Ângelo, jogando a culpa nos funcionários do município.

Sendo assim, o vereador recebia o salário cheio da Prefeitura, mesmo em épocas que viajava pela Câmara, de onde recebia diárias. Um dos exemplos é o mês de abril deste ano, quando ele ficou cinco dias em Brasília, recebendo diárias da Câmara e não teve o período descontado no pagamento da Prefeitura.

Falando nisso...

Ângelo Gari é o vereador que mais gastou com diárias em 2022. Até o momento foram empenhados em seu favor mais de R$ 18 mil. Para sermos exatos: R$ 18.766,34.