Quinta-Feira, 28 de Março de 2024
Política
20/09/2017 14:22:00
Presos na PF de SP, Joesley e Wesley Batista são autorizados a receber visita

G1/LD

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A Justiça aceitou um pedido da defesa dos donos da Jamp;amp;F, Joesley Batista e Wesley Batista, para que eles recebam visita na sede da superintendência da Polícia Federal em São Paulo, na Lapa, Zona Oeste da capital paulista, onde estão presos.

A informação foi divulgada pelo advogado dos irmãos, Pierpaolo Bottini.

As visitas na carceragem começarão ainda nesta semana. Os dois irmãos estão em celas separadas, e individuais. Eles possuem contato durante o banho de sol, que acontecem durante duas horas no período da manhã e duas horas, no período da tarde.

Mas eles estão na mesma ala da carceragem da PF, que possui 2 alas masculinas, cada uma com 13 celas.

A PF autoriza as visitas na superintendência nas quintas-feiras. São duas pessoas por vez, entre 14h e 16h30. As visitas pessoais, com contato físico, só são permitidas após 75 dias de prisão.

Normalmente, os presos que ficam na cela da PF são autorizados a receber visita a partir da segunda semana de prisão, para que haja um tempo de adaptação. As visitas são realizadas no parlatório, onde o preso e o visitante são separados por um vidro e conversam por um telefone.

Até a segunda semana de prisão, só é permitida normalmente a entrada de objetos pessoais. Os presos podem receber alimentos, roupas, produtos de higiene e livros.

Prisão dos Batista

José Batista Sobrinho, fundador da JBS e pai de Wesley e Joesley Batista, foi escolhido por unanimidade pelo conselho de administração da empresa como novo presidente. A troca de comando ocorre após a prisão de Wesley, então presidente da empresa, na semana passada. Segundo comunicado da JBS, Batista Sobrinho vai completar o mandato em curso.

A troca do presidente da JBS ganhou caráter de urgência após a prisão de Wesley Batista na última quarta-feira pela Polícia Federal. Até então, ele estava à frente da JBS, que é a maior empresa do setor de carnes do mundo.

A prisão de Wesley ocorre em um momento em que a JBS está executando um plano de venda de ativos de R$ 6 bilhões. A companhia também está em negociação com bancos credores para alongar sua dívida.

Ele foi acusado de uso de informações privilegiadas para lucrar no mercado financeiro. A JBS fez operações no mercado de câmbio e ações entre abril e 17 maio de 2017, data de divulgação de informações relacionadas ao acordo de colaboração premiada firmado entre executivos da Jamp;amp;F e a Procuradoria Geral da República (PGR). No dia seguinte à divulgação, o dólar disparou 8%.

O irmão Joesley Batista também foi alvo de mandato de prisão preventiva expedido pela Justiça Federal no mesmo dia, mas já estava preso desde o domingo (10), por outra acusação. O relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, acolheu o pedido de prisão temporária por conta de indícios de que Joesley tenha omitido informações na delação feita à PGR – o que anularia o acordo que lhe garante imunidade.

Disputa entre família Batista e BNDES

Desde que os irmãos Joesley e Wesley Batista confessaram sua participação em esquemas de corrução em seus depoimentos no acordo de delação premiada, o BNDES tenta afastá-los do comando da JBS.

O BNDES é o segundo maior acionista da JBS, com participação de 21,3% no capital total da empresa por meio do seu braço de participações, o BNDESPar. A FB Participações, empresa que reúne os negócios da família Batista, detém 42% da empresa.

O banco de fomento informou em agosto que iria defender em assembleia de acionistas que a JBS abra um processo de responsabilidade contra os irmãos Wesley e Joesley Batista e outros ex-executivos da empresa por prejuízos causados à companhia. O banco também pedia a saída de Wesley Batista da presidência executiva da companhia.

A assembleia de acionistas estava marcada para o último dia 1º, mas foi suspensa pela Justiça. O BNDES tinha conseguido uma liminar que impedia que a família Batista votasse na assembleia, mas os irmãos Batista conseguiram suspender a assembleia por 15 dias.

Após a prisão de Wesley Batista, o BNDES voltou a defender a troca de comando na JBS. Na última quarta-feira (13), o banco defendeu a abertura de um processo de seletivo para a escolha do novo presidente "em caráter definitivo para a JBS".

"Qualquer que seja o desenrolar destes fatos, contribuiria para o melhor interesse da companhia, e para a sua preservação e sustentação, o início de uma renovação de seus quadros estatutários", disse o banco estatal.

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