Quarta-Feira, 24 de Abril de 2024
Política
08/06/2018 18:39:00
Será uma brutalidade a Justiça não permitir a candidatura de Lula, diz Gleisi

Folha/PCS

Imprimir

A presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), afirmou que seria uma agressão e uma brutalidade caso o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não permita a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A senadora concedeu entrevista à imprensa antes do evento de lançamento da pré-candidatura de Lula nesta sexta (8). Ela afirmou que o partido irá registrar Lula como candidato até o dia 15 de agosto.

Lula está preso em Curitiba desde o dia 7 de abril, após ter sido condenado em segunda instância por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do triplex de Guarujá (SP).

"Se o TSE avaliar que não pode, o que seria uma brutalidade, uma agressão com o presidente, porque nós estamos com recursos bem fundamentados em instâncias superiores e [...] teria que ser feita a candidatura", disse.

Gleisi disse acreditar no resultado positivo dos recursos que pedem a liberdade de Lula ao STF (Supremo Tribunal Federal) e ao STJ (Superior Tribunal de Justiça). "Acredito que a Justiça tem que dar sua contribuição de estabilidade, de respeito à democracia."

Segundo Gleisi, o país está a beira de uma convulsão social e não há possibilidade de pacificação com Lula preso.

"É o único com condição de tirar o país da crise e pacificar o Brasil. Não existe outra liderança política com a estatura de Lula, com a capacidade dele de interlocução popular", disse.

"Continuar com um líder como Lula preso é querer jogar o país cada vez mais na instabilidade e numa saída que não seja de paz social", completou.

Gleisi afirmou ainda que a Lei da Ficha Limpa não é impeditiva no caso de Lula e que 145 prefeitos foram eleitos e tomaram posse mesmo com o registro indeferido pela Justiça. A senadora diz que o partido está fazendo um levantamento estado a estado de casos semelhantes ao de Lula.

Segundo ela, Lula não está com os direitos políticos suspensos e o PT pediu à Justiça que ele possa dar entrevistas e gravar depoimentos na sua campanha. "E não é preciso explicar qual é o programa de governo de Lula, é autoexplicativo", diz.

Alianças

Glesi afirmou que o PT trabalha por um vice de outro partido e que a articulação política do campo de esquerda, com PSB, PCdoB, PCB, PSOL, PCB e PCO pode embasar uma articulação eleitoral.

De acordo com a senadora, o PSB é um dos partidos que está no arco de alianças e é uma prioridade. O ex-prefeito de BH Márcio Lacerda poderia ser uma opção de vice do partido.

Gleisi deu a entender que o PT irá sacrificar candidaturas regionais em prol da aliança nacional, que é a prioridade. Em Pernambuco, por exemplo, a candidatura de Marília Arraes ao governo estará ameaçada diante de um arranjo com o PSB para reeleger o governador Paulo Câmara.

Dilma

Gleisi afirmou que a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) transferiu seu domicílio eleitoral para Minas Gerais não necessariamente para ser candidata, mas para contribuir com articulações do partido.

Embora, diz Gleisi, o PT irá considerar o fato de o nome da ex-presidente aparecer bem colocado em pesquisas para o Senado.

A chegada de Dilma no cenário mineiro azedou a aliança do governador Fernando Pimentel (PT) com o MDB.

Glesi também admitiu o rompimento: "o que me parece é que as articulações do PT aqui também caminham mais para realização de uma aliança no campo que nós vamos realizar em nível nacional".

COMENTÁRIO(S)
Últimas notícias