Sexta-Feira, 26 de Abril de 2024
Tecnologia
12/06/2017 12:41:00
Empresas como Google, Amazon e Facebook estão ficando grandes demais?
Enquanto investidores festejam a ascensão das gigantes americanas de tecnologia, há também apreensão sobre a concentração de poder nas mãos dessas companhias.

Terra/PCS

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As gigantes americanas da tecnologia Apple, Alphabet (dona do Google), Microsoft, Amazon e Facebook são as cinco maiores empresas do mundo em valor de mercado. Mas esse domínio crescente alimenta preocupações sobre concorrência e privacidade.

Será, então, que órgãos reguladores estariam prestes a ficar mais rígidos em suas medidas?

As ações da Amazon e da Alphabet, por exemplo, superaram a marca de US$ 1 mil neste mês, o sinal mais recente do poder dessas empresas.

Estima-se que neste ano o Google irá concentrar 40% das receitas globais da publicidade digital. A Amazon se encaminha para abocanhar metade das vendas online dos EUA até 2021, de acordo com ao menos um analista.

Enquanto investidores festejam essa ascensão, há também apreensão sobre a concentração de poder nas mãos dessas gigantes tecnológicas.

Órgãos de regulação nos EUA ficaram muito atrasados em relação aos europeus quando o assunto é reprimir o comportamento anticompetitivo, mas Jonathan Kanter, um advogado antitruste baseado em Washington, diz que as atitudes podem estar mudando.

As pessoas estão se perguntando se ferramentas e princípios usados anteriormente são os certos para se continuar empregando. Certamente, muitas pessoas defendem alguma mudança", diz.

O poder dos dados

John Kwoka, professor de Economia da Northeastern University, em Boston, diz acreditar que medidas mais rígidas sobre fusões e aquisições não serão necessariamente suficientes para combater o poder de gigantes como a Amazon.

Essas empresas também ganham força, afirma Kwoka, à medida que analisam grandes volumes de dados de usuários e moldam o fluxo de informações, controlando o acesso do consumidor a outras empresas por meio de suas plataformas.

"Elas dirigem as escolhas e fazem isso de forma a causar efeitos mais amplos na economia", diz o professor.

Lina Khan, pesquisadora do centro de pesquisas New America, publicou um artigo sobre a Amazon no início deste ano.

No texto, ela afirma que há empresas de tecnologia que contornam as regras da concorrência, e menciona a batalha da Amazon contra o Diapers.com - revendedor de produtos para bebês. A Amazon baixou deliberadamente os preços nesse setor, prejudicando a empresa para depois adquiri-la.

Mas há sinais de que políticos e reguladores estejam mais atentos a esses riscos.

Neste semestre, o Congresso dos EUA se mobilizou para desmantelar leis da gestão Barack Obama que protegem a privacidade dos dados do consumidor.

Pouco depois, um grupo de congressistas republicanos apresentou uma proposta mais ampla que exigiria que empresas como Google e Amazon - além dos provedores de internet tradicionais - solicitem permissão aos usuários antes de compartilharem seus dados.

Liderança europeia

Os Estados Unidos poderiam adotar uma abordagem mais dura de regulamentação, como a Europa?

Em 2013, a Comissão Europeia multou a Microsoft por tratamento preferencial ao seu próprio navegador, o Internet Explorer. Neste ano, multou o Facebook pelo fornecimento de informações "incorretas ou enganosas" durante a aquisição do serviço de mensagens WhatsApp.

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