Quarta-Feira, 24 de Abril de 2024
Turismo
08/01/2014 11:14:49
Com direito a lendas, Buraco das Araras é passeio imperdível em MS
As histórias que cercam o Buraco das Araras em Jardim, a 239 km de Campo Grande, são parte do passeio.

G1/AB

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Foto: (Foto: Fabiano Arruda/G1 MS)
\n \t As histórias que cercam o Buraco das Araras em Jardim, a 239 km de \n Campo Grande, são parte do passeio. Os turistas que visitam o atrativo \n turístico ouvem dos guias as teorias para o surgimento da dolina, que \n pode ser definida como uma "colina ao contrário". São 100 metros de \n profundidade, 160 metros de diâmetro e 500 de circunferência.\n \n \t Como este fenômeno ocorreu? Uma das lendas mais contadas diz que um \n meteoro caiu no município sul-mato-grossense formando o local, mas \n segundo informações do atrativo turístico, estudos mostram que o \n surgimento do Buraco das Araras começou há cerca 10 milhões anos, apesar\n de a dolina estar formada há 200 mil anos.\n \n \t A formação começou com a infiltração da água da região nas fissuras da \n rocha arenítica, dissolvendo o calcário subterrâneo ao longo do tempo. \n Esse processo resultou no desmoronamento de uma camada superior formada \n pelo arenito e provocou o surgimento de dolinas em Jardim. Outro exemplo é a Lagoa Misteriosa.

\n \t Existem outras lendas que cercam o “buracão”. Josenildo Rodrigues \n Vasques, um dos monitores que acompanham os visitantes, conta que ali \n era considerado por pistoleiros e coronéis o local ideal para eliminar \n desafetos, afinal, seria praticamente impossível encontrar um corpo no \n local.O produtor rural Modesto Sampaio, 72 anos, conta que comprou a área em \n 1986 com a finalidade de criar gado para o sustento da família. Ao \n adquirir a fazenda, diz que era motivo de piadas o fato de sua \n propriedade possuir o “buracão”.

\n \t “Acharam graça, mas aquilo é obra de Deus”, conta ele que, dez anos \n depois da compra, resolveu largar a pecuária para explorar o turismo, \n iniciando o processo de reflorestamento na propriedade, outra ideia \n considerada “de doido”, conta.

\n \t “Tiro o sustento da família sem destruir. Gero empregos e conheço gente\n do mundo todo”, afirma Modesto. Cerca de 20 mil turistas visitam o \n local por ano.\n \t Localização
\n \t O “Buraco das Araras” fica na fazenda Alegria. A área tem 100 hectares,\n desses, 29 fazem parte da Reserva Particular do Patrimônio Natural \n (RPPN).\n \n \t Até 1999 era possível fazer rapel no local, mas a prática foi proibida \n para proteger o ecossistema. Apenas pesquisadores podem descer para \n exploração científica.

\n \t Na propriedade, o turista tem de percorrer cerca de 900 metros de \n trilha antes de chegar ao primeiro deck de contemplação da dolina, onde é\n possível apreciar o voo das araras e de outras 135 espécies de aves \n catalogadas.\n \n \t Em seguida, o guia leva o visitante para mais uma caminhada na mata até\n o segundo deck, que permite outra visão da formação geológica.

\n \t Cerca de 50 casais de araras vivem nesta área, segundo Vasques. As aves\n adotaram o local ao longo dos anos por conta das fendas nas rochas do \n buraco, utilizadas como ninhos. As araras vermelhas são as mais vistas, \n mas as azuis também moram por ali.

\n \t No fundo dos 100 metros de colina, um casal de jacarés do papo amarelo e\n sucuris são os moradores. A existência deles no local, segundo \n informações dos guias turísticos, é desconhecida.

\n \t Na volta da trilha à sede do atrativo, conversar com “seo Modesto” e \n ouvir os “causos” sobre o Buraco das Araras é o encerramento do tour.\n \n \t Há a possibilidade de contratar ainda o passeio de fotografia, em que o\n visitante fica o dia todo na propriedade para contemplação das aves.

Turismo em desenvolvimento
\n \t Além do “Buraco das Araras”, Jardim oferece a flutuação do Rio da Prata\n e a Lagoa Misteriosa como outros atrativos turísticos. Mas há locais \n pouco explorados na cidade que podem ganhar espaço neste roteiro nos \n próximos anos.

\n \t As propriedades Lagoa Grande e Córrego Azul são exemplos. Na primeira, \n uma espécie de praia foi formada na área e ainda não há exploração \n turística. O mesmo ocorre na Córrego Azul, uma fazenda em que o rio que \n corta o local é cristalino e praticamente inexplorado.O prefeito da cidade, Erney Cunha (PT), afirma que a administração \n municipal já monitora o potencial destas propriedades e traça medidas \n para conceder incentivos fiscais aos proprietários interessados em \n apostar no turismo.

\n \t Segundo ele, o município precisa ganhar visibilidade no setor, a \n exemplo da vizinha Bonito. Cunha explica que, atualmente, o turismo \n corresponde a 1% do Produto Interno Bruto (PIB) da cidade. “O objetivo é\n fazer este percentual chegar de 3 a 5% até o fim do mandato”, disse.
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