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Veículos
05/07/2015 11:53:00
Dodge Durango 2015: primeiras impressões
Maior SUV da marca desembarca no Brasil remodelado, por R$ 239,9 mil. Modelo traz telas de 9 polegadas para ocupantes dos assentos centrais.

AE/PCS

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Um dos dilemas de famílias grandes é a hora de viajar. Como manter as crianças entretidas em trajetos longos e cansativos, e, ao mesmo tempo, oferecer conforto aos demais ocupantes?

Se sua conta bancária estiver abastada com R$ 240 mil, um bom candidato é o Dodge Durango.

O SUV grande chegou ao Brasil renovado em março, por R$ 239,9 mil. Ele traz novos faróis de LED, grade levemente redesenhada e traseira com lanternas que invadem a tampa do porta-malas – são 192 lâmpadas, também de LED. O estilo, mesmo sem grandes alterações, continua atual e robusto.

A Dodge investiu mais pesado no interior. A alavanca de câmbio desapareceu, dando lugar a um seletor, semelhante ao dos modelos Jaguar Land Rover, enquanto o quadro de instrumentos ganhou uma tela de 7 polegadas configurável.

Os únicos mostradores fixos são o conta-giros e os marcadores do nível de combustível e temperatura do óleo. Todas as outras informações podem ser ajustadas ao gosto do motorista. De acordo com a Dodge, são mais de 100 combinações diferentes.

Telas de 9 polegadas no Dodge Durango (Foto: Divulgação / Ivan Carneiro)

Sala de diversões

No centro do painel, outra novidade: a central multimídia Uconnect, com tela sensível ao toque de 8,4 polegadas. Ela conta com conexões Bluetooth (com comandos de voz), USB, cartão SD e navegação. Com ela, também é possível regular o ar-condicionado, aquecimento dos bancos e volante e rebater o encosto de cabeça dos bancos traseiros.

A central é uma das que possui melhor usabilidade entre as disponíveis do mercado. A tela obedece prontamente aos comandos do usuário, todos os comandos são claros e intuitivos e o visual é limpo, sem ser simplório.

A lista de equipamentos do Durango é proporcional ao porte do modelo. Vamos lá: há ar-condicionado digital de três zonas, som com 9 alto-falantes da marca Alpine, airbags frontais, laterais, de cortina e de joelho para o motorista, bancos de couro, sendo os dianteiros com ajustes elétricos e os das duas primeiras fileiras com aquecimento, acesso e ignição sem chave, partida a distância, sensores de luz e estacionamento, teto solar, 2 telas de 9 polegadas, cada, nos encostos dos bancos dianteiros com entradas HDMI, controles de tração e estabilidade e assistente de partida em rampas.

Com a quantidade de itens de série, uma coisa que os proprietários não poderão reclamar é de tédio. As três telas (duas para os bancos traseiros e outra da central multimídia) podem exibir imagens diferentes, o que promete findar as brigas pela programação. Se um dos filhos quiser jogar videogame e outro assistir a um DVD, sem problemas. Para o áudio de uma tela não atrapalhar o da outra, há dois fones de ouvido sem fio.

Acesso a última fileira de bancos é bom no Dodge Durango (Foto: Divulgação / Ivan Carneiro)

Sala de estar

E como toda boa sala de estar, espaço é o que não falta no Durango. O SUV tem 5,11 m de comprimento e 3,04 m de entre-eixos. Como comparação, um Smart mede 2,70 m, um Up, 3,60 m e um Celta, 3,70 m.

Com tanto espaço, chega a ser óbvio dizer que o espaço para cinco ocupantes é excelente. Até para quem viaja na terceira fileira de bancos a acomodação é boa. Como não há milagres, o único ponto negativo é que o quadril fica posicionado abaixo dos joelhos dos últimos dois ocupantes.

O acesso a última fileira de bancos é prático. É possível rebater encosto e assento dos bancos do meio na proporção 60/40. Quem vai na “turma do fundão” também é agraciado com saídas de ar – temperatura e intensidade, porém, são comandados pelo pessoal que viaja no meio.

No porta-malas, vão 490 litros atrás da última fileira de bancos. Segundo a Dodge, este volume é até o teto. Com a última fileira rebatida, o número sobe para 1.350 l.

E se todo esse porte atrapalhar na hora de estacionar, lá estão a câmera de ré e o sensor traseiro. O problema é encontrar vagas que comportem o “brutamontes”. Como cuidado nunca é demais, sensores dianteiros e alertas de mudança e faixa seriam bem-vindos. Fica a sugestão, Dodge.

V6 do Durango é usado em outros modelos da marca, como o Journey (Foto: Divulgação / Ivan Carneiro)

Pesado, mas ágil

Com tantos atributos voltados para os passageiros, o motorista poderia ter sido “desprezado” pela Dodge. Mas a marca não o fez. O condutor tem a sua disposição um motor V6 Pentastar de 3.6 litros a gasolina, que ganhou 8 cavalos, passando a despejar nas quatro rodas, 294 cv e 36 kgfm de torque.

A antiga transmissão automática de 5 marchas foi substituída por uma nova, de 8 velocidades. Também foram instaladas aletas atrás do volante, para trocas manuais. Quando acionadas, elas ativam o modo manual. Nele, o carro não faz o chamado kick-down, que é baixar uma ou mais marchas nas retomadas. Para retornar ao modo automático, basta manter pressionada a aleta da direita.

Seria natural esperar que qualquer motor de quase 300 cv proporcionasse desempenho esportivo a um carro. A não ser que o modelo em questão tenha 1,80 m de altura e 2.262 kg, caso do Durango.

O conjunto, porém, não decepciona. Se o desempenho fica muito aquém do irmão caçula, Journey, o Durango move toda sua massa com certa agilidade, e nesse caso, o mérito é da transmissão, que, com marchas a mais, trabalha em melhores regimes de rotação do motor.

Durante o teste feito pelo G1, de aproximadamente 150 km, entre as cidades de Artur Nogueira (SP) e São Paulo, o Durango passou majoritariamente por rodovias, sempre com velocidade próxima aos 100 km/h. Na estrada, o modelo mostra silêncio a bordo e estabilidade em trechos onde o asfalto não é tão bem conservado.

Segundo os dados do Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular, o Durango possui consumo urbano de 6,5 km/l e rodoviário de 8,5 km/l. No tanque, vão 93,1 litros, o que representa autonomia de quase 800 km.

Dodge Durango 2015 (Foto: Divulgação / Ivan Carneiro)

Mercado

Antes da remodelação leve, o Durango era vendido no Brasil em duas configurações, Crew e Citadel, intermediária e topo de linha, respectivamente. Agora, a marca decidiu manter só uma configuração, Limited.

Ela ficaria entre as duas anteriores, porém, conta com equipamentos que a Limited americana não tem, por exemplo. Com entregas desde março, a marca americana espera emplacar 25 unidades do Durango todos os meses por aqui.

Na prática, os concorrentes em preço e porte (com capacidades para 7 pessoas) são escassos. Os que mais se aproximam são o Hyundai Grand SantaFe e o veterano Mitsubishi Pajero Full. Mesmo assim, ambos custam praticamente R$ 50 mil a menos, além de serem 20 cm mais curtos e bem menos equipados.

Com a missão de agradar, o Durango consegue prestar aquele bom tipo de serviço típico dos americanos. Acomoda com conforto e segurança todos os passageiros, e, ao mesmo tempo, proporciona a competência na hora de acelerar. Se as ambições de vendas são modestas, ele certamente será notado nas raras aparições nas ruas.

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