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28/10/2015 06:55:00
Triumph responde à Ducati Scrambler com nova geração da Bonneville

AE/PCS

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Reborn: esta palavra, “renascido” em inglês, está se tornando comum ultimamente. A Harley-Davidson mostrou à imprensa especializada mundial sua linha de motocicletas para 2016 há cerca de dois meses atrás na ensolarada Barcelona, na Espanha, usando este “Reborn” para anunciar a modernização da família Sportster, como você pôde ler aqui.

Agora, trocamos a luz e o calor do verão na costa catalã pela tradicional garoa e céu cinza chumbo do outono em Londres (o colunista viajou à Inglaterra pela Revista da Moto! e a convite da Triumph). Saem as americanas H-D e entram em cena as novidades da britânica Triumph.

“Reborn” apareceu novamente na boca dos marqueteiros mas apesar da repetição, da falta de criatividade, é obrigatório afirmar que a Triumph foi mais longe, bem mais literal que os americanos de Milwaukee neste “renascimento” de suas Bonneville.

Começando pela alma, o motor: o bicilindro refrigerado a ar de 865cc foi aposentado definitivamente. No seu lugar entraram dois novos propulsores, um de 900cc e outro de 1.200cc. Como manda a tradição são também bicilíndros, mas os novos tempos os fizeram ganhar a refrigeração líquida para ajudar a conter vibrações e emissões de poluentes.

Manter o visual clássico exigiu disfarçar o sistema, e para notar o radiador, encaixadinho entre as duas traves descendentes do chassi tubular de aço, foi preciso olhar com muita atenção. Fora isso, os cilindros são vistosamente aletados, o que seria desnecessário em um motor refrigerado por água, mas ai o visual de um motor sem aletas não seria adequado a uma verdadeira “Bonnie”.

Se na aparência os motores não entregam uma indesejada e imprópria modernidade, a safra 2016 das Bonneville o fará no comportamento. Apesar de não haver test-ride como a Harley-Davidson ofereceu em Barcelona (ponto a menos para os ingleses!), os técnicos da marca inglesa garantiram que no 900cc há 18% a mais de torque máximo (54% nos motores 1.200cc), números que deram coceira: não vejo a hora de poder testar todas as cinco Boneville.

CINCO?

No Brasil a Triumph comercializava apenas duas motos desta família, a T100 e a esportivada Thruxton. No fundo, ambas tinham apenas diferenças cosméticas. Agora, segundo Fernando Filié, gerente de marketing da filial brasileira, todas as versões das novas Bonneville deverão estar nas revendas nacionais. A mais simples de todas, a Street Twin, deverá chegar em janeiro. Nas sequência, ao ritmo de uma por mês, vem as T120, T120 Black Edition e as duas Thruxton, a 1200 e a 1200R.

A Street Twin será a mais acessível do lote – o preço será divulgado só em janeiro –, e segundo a Triumph a máquina ideal para personalizações. Aliás, a própria Triumph disponibilizará três kit de customomização batizados de “Scrambler”, “Bat Tracker” e “Urban”. E para quem lembrou da Ducati Scrambler lendo estas palavras a resposta é, sim: esta renascida Bonneville em suas variadas versões é uma mirada reação tanto à novidade da Ducati quanto para as citadas Harley-Davidson Sportster e, porque não, à elegante café racer da BMW, a R nineT.

O que une todas estas motos? Modernidade técnica disfarçada em um lay-out antigo, ou clássico, como queiram. Motos que aceleram, freiam e fazem curvas tão bem quanto qualquer moto moderna, mas cuja aparência remete a tempos mais românticos ou transgressivos do motociclismo. Enfim, por fora mais Marlon Brando e James Dean, por dentro Brad Pitt e Johnny Depp.

Com esta investida a Triumph não só reforça sua presença no segmento como espera ampliá-la. Suas off-road Tiger são sucesso, suas naked Street Triple e Speed Triple idem e o mesmo pode ser dito das superesportivas Daytona. A esta “ala jovem” da marca inglesa se unem estas Bonneville “reborn”, com um apuro técnico poderoso aliado do icônico nome.

ORIGEM DO NOME

E para quem ainda não sabe, a explicação: Bonneville alude ao recorde de velocidade batido nos anos 1950 por um míssil empurrado por um motor da marca no homônimo lago salgado em Utah, EUA. E falando em nome icônico, as Bonneville Thruxton – nome de uma pista inglesa onde a Triumph colheu glórias esportivas – agora são duas, e ao contrário da Thruxton anterior exibem bem mais músculos no motor, atitude nas suspensões e visual assim como um kit destinado a apimentar ainda mais a performance.

Ou seja, nada foi deixado ao acaso: na briga por um cliente amante de um visual mais clássico, a Triumph pretende atender a todos, respondendo com variedade e consistência aos ataques das rivais, literalmente incendiando um segmento que aparentemente tem tudo para crescer, o das motocicletas “modern classics”, um balaio grande onde cabem as Custom, as Café Racers, Scramblers, Bobbers e por aí vai…

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