Metro/PCS
ImprimirO bombeiro Diego Pereira da Silva Santos, que tentou salvar o morador Ricardo no momento em que um prédio no centro de São Paulo desabou, na madrugada desta terça-feira, 1º, disse que mesmo com a formação militar que tem, ficou chateado com o ocorrido. "A gente queria ter tirado aquela pessoa de lá", disse em entrevista coletiva concedida nesta tarde.
O oficial contou também que se tivesse mais 30 ou 40 segundos, seria possível tirá-lo dali. Antes que o trabalho pudesse ser completado, porém, o edifício desmoronou. “Ele só me pedia para salvá-lo”, lembra o sargento da corporação.
Diego relatou que ouviu o morador pedindo socorro quando chegou ao 15º andar do edifício Caracu. Para tentar salvá-lo, foi preciso abrir um buraco em uma parede com um machado. O oficial, no entanto, não conseguiu alcançar o morador por causa da altura.
O sargento, que ficou responsável por conversar com a vítima, lançou um cinto de resgate para o homem, que ele só conseguiu pegar na terceira tentativa. "Ele ficou tranquilo", disse.
O morador Ricardo foi orientado para amarrar o equipamento em si, passando pelos braços e pernas. "Na hora que a gente estava terminando essa fase, o prédio acabou vindo abaixo, caíram seis ou sete andares sobre ele. Tensionou a corda e estourou."
O morador continua sendo procurado por equipes do Corpo de Bombeiros, que trabalham com a possibilidade, ainda que pequena, de encontrá-lo com vida. O homem foi identificado como Ricardo por outros moradores. Ele vivia na ocupação há quatro anos.
Cães farejadores vão auxiliar os mais de 100 bombeiros nas buscas por vítimas. A corporação aguarda a chegada de luzes para o trabalho da noite.