Intermediários que auxiliam condutores a solicitarem o DPVAT, seguro \n obrigatório pago em caso de acidentes de trânsito, chegam a ficar com \n até 30% do valor total da indenização em Mato Grosso do Sul, segundo \n dados do Coordenador de Atendimento e Fiscalização do Procon, Alexandre \n Rezende.\n \n “[O intermediário] se aproveita da situação delicada, pega a família \n em um momento vulnerável e oferece o serviço. Se for um advogado, tudo \n bem, mas já houve casos em que o intermediário ficou com todo o valor”, \n explica Rezende.\n \n Esse percentual já foi maior, de acordo com o coordenador. No ano \n passado, um Termo de Cooperação Técnica foi feito entre o Procon e o \n Sincor-MS (Sindicato dos Corretores de Seguros, Capitalização e \n Previdência Provada) e conseguiu reduzir o índice.\n \n “Hoje a população está mais atenta, a procura tem crescido cerca de \n 30% ao ano. Por mais que a documentação [para requerer o seguro] seja \n simples, algumas pessoas ainda têm dificuldades”, aponta.\n \n Criado em 1974 para indenizar vítimas de acidentes de trânsito, o \n DPVAT pagou, somente em 2011, R$ 2,287 bilhões para 366.356 pessoas em \n todo o Brasil. O benefício é concedido em casos de morte, invalidez \n permanente e reembolso de despesas médicas.\n \n “Como não tem como o Procon fiscalizar, faz um alerta à população: \n não precisa pagar intermediários. O serviço é disponibilizado de maneira\n gratuita e simples”, finaliza.\n \n Todo cidadão que sofre um acidente de trânsito tem direito ao seguro.\n As indenizações são de R$ 13,5 mil em caso de morte, até R$ 13,5 mil \n por invalidez permanente e R$ 2,7 mil para reembolso de despesas \n médicas.\n \n Do total arrecadado pelo seguro, 50% são destinados ao pagamento das \n indenizações, 45% são repassados ao Ministério da Saúde, para custeio do\n atendimento médico-hospitalar às vítimas, e 5% para o Ministério das \n Cidades, que aplica a verba exclusivamente em programas destinados à \n prevenção de acidentes.\n \n Números - Segundo dados divulgados pelo Sincor/MS, o\n número total de atendimentos do DPVAT no Estado entre setembro de 2007 \n até dezembro do ano passado soma 4,8 mil casos, o que corresponde a R$ \n 13,4 milhões em indenizações pagas.\n \n A quantidade de casos por morte saltou de 233 casos em 2010 para 244 \n no ano passado. O valor do seguro pago há dois anos foi de R$ 3,19 \n milhões contra R$ 3,17 milhões em 2011.\n \n A queda, mesmo com o aumento do número de casos de morte de um ano \n para o outro, conforme o Sincor, está relacionada a pendências de \n documentações de beneficiários ou pessoas que simplesmente abre mão do \n seguro.\n \n A ausência de uma simples documentação emperra o processo que, em \n 2010, teve maior número de processos finalizados do que no ano passado.\n \n Já o número de indenizações pagas por DAMS (Despesas de assistência \n médicas e suplementares) saltou de 274 casos em 2010 para 321 em 2011, o\n que corresponde a aumento de R$ 336,5 mil para R$ 453,4 mil.\n \n Os casos de invalidez por acidente de trânsito também subiram: de 68 \n em 2010 para 92 em 2011, seguindo uma tendência nacional. Os valores \n pagos saltaram de R$ 347,3 mil para R$ 538,9 mil entre um ano e outro.\n \n De 2010 para o ano passado, a quantidade total dos casos de \n indenizações pelo DPVAT em Mato Grosso do Sul subiu de 575 para 657. No \n período, o volume de processos pagos aumentou de R$ 3,87 milhões para R$\n 4,16 milhões.\n \n \n