EFE/PCS
ImprimirA Procuradoria da Bolívia confiscou nesta quarta-feira dois aviões da companhia aérea Lamia, que estavam desde 2014 em um hangar militar no centro do país, dentro das investigações do acidente da aeronave que transportava a delegação da Chapecoense e que caiu no início da semana passada na Colômbia.
A ação foi dirigida pela promotora Jacqueline Ponce, que esteve acompanhada por membros da Força Aérea Boliviana (FAB), ao hangar na cidade de Cochabamba, onde estavam os aviões Avro Regional Jet 85 para manutenção.
Após uma inspeção, a procuradoria “ordenou o confisco” das aeronaves, afirma um comunicado da Força Aérea.
“Estas aeronaves estão agora à disposição do Ministério Público, dentro da investigação”, disse Jacqueline Ponce aos veículos de imprensa.
Os aviões foram confiscados “como elementos relacionados com o crime ou como produto do crime” e é provável que sirvam “para o pagamento de prejuízos”, explicou.
Ela afirmou que o Ministério Público investiga aos coproprietários da Lamia e uma funcionária do órgão de controle de voos do país, que questionou o plano de voo do avião antes do acidente na Colômbia.
Os crimes são investigados como “abandono do dever, abuso de influência, desastres no meio de transporte, homicídio, homicídio culposo, lesões gravíssimas e lesões culposas”, afirmou Jacqueline Ponce.
Enquanto isso, a FAB também informou que iniciou um processo penal contra a Lamia por uma dívida equivalente cerca de US$ 48,2 mil por serviços de manutenção prestados entre abril e outubro de 2014.
O avião da Lamia caiu na madrugada do dia 29 de novembro, a poucos quilômetros da pista do Aeroporto Internacional José María Córdova, em Medellín.
O acidente provocou a morte de 71 de seus 77 ocupantes e apenas seis pessoas sobreviveram a tragédia: três jogadores, um jornalista e dois membros da tripulação.
Promotores da Bolívia, Brasil e Colômbia estiveram reunidos nesta quarta em Santa Cruz de la Sierra, para compartilhar informações e analisar os próximos passos nas investigações, assim como constituir uma comissão para trabalhar em conjunto.
O diretor-geral da Lamia, Gustavo Vargas Gamboa, esteve até algumas horas sob custódia policial em um hospital da cidade boliviana, onde foi internado para uma avaliação, após ter sido detido na terça-feira.
Após receber o alta, Vargas Gamboa foi levado para uma prisão, onde deverá permanecer à espera de uma audiência preliminar.
Duas outras pessoas que foram presas na terça, ao lado de Vargas, uma secretária e um funcionário da Lamia, prestaram depoimento e foram liberadas.