Sábado, 23 de Novembro de 2024
Acidentes
10/08/2024 06:40:00
Por que o avião caiu? E os próximos passos? O que falta esclarecer sobre o acidente com 61 mortos
Aeronave da VOEPASS, antiga Passaredo, caiu em quintal de casa dentro de condomínio.

G1/PCS

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Foto: SSP/SP

Um avião da companhia aérea VOEPASS com 61 pessoas caiu em um condomínio residencial de Vinhedo (SP), nesta sexta-feira (9), e ninguém sobreviveu. Veja, abaixo, o que se sabe e o que falta ser revelado sobre o acidente aéreo que teve o o maior número de vítimas desde a tragédia da TAM em 2007.

Como foi a queda?

O avião com 57 passageiros e quatro tripulantes caiu no condomínio Residencial Recanto Florido, no bairro Capela, no início da tarde. O voo saiu de Cascavel (PR) e seguiria para Guarulhos (SP).

A aeronave decolou às 11h46 e o voo seguiu tranquilo até 12h20. Após 24 minutos, subiu até atingir 5 mil metros de altitude às 12h23, e seguiu nessa altura até as 13h21, quando começou a perder altitude.

Nesse momento, a aeronave fez uma curva brusca. Às 13h22 – um minuto depois do horário do último registro – a altitude estava em 1.250 metros, uma queda de aproximadamente 4 mil metros. A velocidade dessa queda foi de 440 km/h.

A aeronave atingiu o quintal de uma casa do condomínio e os moradores saíram ilesos. Ninguém em solo ficou ferido. O morador da residência atingida afirma que a família ficou em choque. "Vi a aeronave explodindo na garagem".

Quais as hipóteses?

Ainda não se sabe o que causou o acidente, mas a queda em espiral sugere a ocorrência de um estol — que acontece quando a aeronave perde a sustentação que lhe permite voar —, segundo especialistas.

O estol é uma situação na qual a asa perde completamente a sustentação útil, o que causa a queda brusca do avião. A depender da altitude e da condição, é possível recuperar a altitude em voo.

O estol pode acontecer, por exemplo, por formação de gelo sobre as asas — e na rota dessa aeronave havia essa formação, segundo pilotos ouvidos pelo g1 e pela Globonews.

Os especialistas avaliam que a formação de gelo sobre as asas pode ser uma das hipóteses. Apesar disso, todos são unânimes em afirmar que não existe um único fator que cause um acidente e que é prematuro tirar conclusões a partir dos vídeos ou das informações divulgadas.

Em entrevista na noite desta sexta, a VOEPASS afirmou que os sistemas operacionais da aeronave estavam todos em funcionamento no momento da decolagem em Cascavel.

Quem são as vítimas?

A Prefeitura de Vinhedo confirmou, por volta de 15h30, que não havia sobreviventes. O governo do Paraná lamentou a morte de pelo menos oito servidores e profissionais ligados diretamente ao estado. São docentes e médicos da Unioeste, um professor da rede estadual e um funcionário da Sanepar.

O programador de 41 anos Rafael Fernando dos Santos, de Florianópolis, e a filha dele, Liz Ibba dos Santos, de 3 anos, estavam na aeronave. Segundo familiares, Rafael tinha ido a Cascavel para buscar a menina, que passaria o dia dos pais na capital de Santa Catarina.

Dentre as vítimas também estão o árbitro de judô Edilson Hobold, de 52 anos; o representante comercial Ronaldo Cavaliere, de 43 anos; além do casal formado pelo policial rodoviário federal Hiales Carpine Fodra, de 33 anos, e a fisiculturista Daniela Schulz Fodra.

As médicas residentes de oncologia clínica Arianne Albuquerque Estevan Risso e Mariana Comiran Belim também faleceram.

A comissária de bordo Rubia Silva de Lima, que morava em Bonfim Paulista, também faleceu no acidente.

Veja na foto abaixo os tripulantes da aeronave.

Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o modelo que caiu em Vinhedo, ATR-72-500 da VOEPASS, é turboélice com 74 assentos. A aeronave é fabricada pela ATR, com sede na França, que é uma das maiores fabricantes de aviação do mundo. Ela estava com a documentação em dia e todos os tripulantes tinham habilitação válida.

De acordo com a fabricante, o ATR-72-500 pode voar com velocidade máxima de 511 km/h. O modelo tem 27 metros de comprimento e de envergadura, além de uma autonomia de voo de 1.324 quilômetros. O peso máximo que o avião pode carregar em serviço é de 7 mil quilos.

O avião tinha 14 anos de fabricação e era de um modelo conhecido no mundo da aviação por sua capacidade de operar em aeroportos de pista curta e de difícil acesso no Brasil e em outras partes do mundo, especialmente na Ásia, onde houve outros acidentes.

Ficha técnica do ATR-72-500 (segundo a fabricante):

Número de assentos: 74
Velocidade de cruzeiro: 511 km/h
Comprimento: 27 metros
Envergadura: 27 metros
Altura: 7,65 metros
Autonomia de voo: 1.324 km
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