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Meio Ambiente
21/03/2012 08:20:24
"CARA-CRACHÁ"
O bordão humorístico "cara-crachá", do porteiro interpretado por PauloSilvino, indica que a função dele é controlar o acesso à empresa.

Adilson Luiz Gonçalves

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\n O bordão humorístico "cara-crachá", do porteiro interpretado por Paulo
Silvino, indica que a função dele é controlar o acesso à empresa.

Talvez esse personagem não tenha a exata noção do poder que lhe é dado,
pois ele poderia barrar até o dono, se este não portasse o crachá!

Poderoso ele, hein? E, em alguns casos, pode estar armado e com "licença
para atirar"!

No entanto, normalmente ele só pararia o chefe se não o reconhecesse e
sequer exigiria que ele pusesse o crachá. No máximo, lembraria educadamente
das normas de segurança.

Regra com exceções informais?

Bem, também haveria o caso das senhoras elegantemente trajadas, que
consideram o crachá antiestético... E como há marmanjos que se "derretem"
facilmente, estes aceitarão sorrisos "identificadores" ou permitirão até
que portem o crachá na bolsa...

O crachá é ótimo para identificação, tanto que empresas e eventos o usam.
No caso de corporativo, o cartão eletrônico reduz a intervenção desses
profissionais.

Já no caso de prédios residenciais, a interação com os porteiros é
primordial, pois gera confiança e segurança.

É uma função importante, para a qual a pessoa deve ser preparada, inclusive
psicologicamente, para atuar com eficiência e cordialidade.

Como em qualquer área, no entanto, há os que extrapolam, quem sabe para
compensar frustrações ou limitações pessoais, descarregando seu ressabio em
terceiros, como ocorreu com um amigo:

Seu crachá havia soltado do suporte e ele o portava na mão. Assim o
exibindo, ele passou sem problemas por duas portarias. Ao passar pela
terceira, de controle de veículos por outra entrada, seu ocupante, ao vê-lo
com o identicação na mão, saiu da guarita para exigir que ele a prendesse
no cordão. Educadamente, meu amigo informou do problema, mas o funcionário
foi grosseiro, insistindo para que ele "desse um jeito".

Posteriormente, meu amigo precisou pegar a chave de um carro nessa guarita,
onde havia dois funcionários, inclusive o mencionado indivíduo.

Meu amigo se dirigiu ao outro, mais próximo, para pedir-lhe a chave, mas
foi informado de que ela não estava lá. O "cara-crachá" se intrometeu de
forma deselegante, perguntando: "Qui carro qui tu qué?".

Meu amigo ignorou a intervenção grosseira, mesmo porque o outro já
identificara a localização da chave. Agradeceu e seguiu seu caminho...

É lógico que é preciso relevar certas atitudes, para evitar problemas.
Afinal, diz o ditado: "Quando um não quer dois não brigam". Mas não podemos
esquecer que a importância ou ascendência de nossas funções, quaisquer que
sejam, não nos autoriza a abusar delas.

É fundamental que quem atua em contato com o público seja treinado e
orientado para cumprir seu papel de forma adequada!

Caso contrário, a falha não será apenas de quem está lá, mas também - e
muito! - de quem o colocou o "cará-crachá" lá...



Curiosidade: em francês, *crachat* significa "cuspida". Em outros idiomas,
seus termos equivalentes são: *badge* (inglês e francês), distintivo,
insígnia e divisa, entre outros.



*Adilson Luiz Gonçalves***

Eleito para a Academia Santista de Letras

Mestre em Educação

Escritor, Engenheiro, Professor Universitário e Compositor

Ouça textos do autor em: www.carosouvintes.org.br (Rádio Ativa /
Comportamento)\n \n
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