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Meio Ambiente
04/02/2012 07:52:57
Artigo: Formação para o Ciberjornalismo
Deve-se grafar com letras maiores – CIBERJORNALISMO - , pois se trata de uma área em expansão, paradoxalmente àquilo que estudantes e professores dos cursos de jornalismo têm clareza.

Gerson Luiz Martins/AQ

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Sem qualquer dúvida, hoje, os potenciais campos de trabalho \n para os profissionais de jornalismo acontecem nas assessorias de \n imprensa ou de comunicação, área tradicional que absorve a maioria dos \n egressos dos Cursos de Jornalismo há mais de 30 anos e que se consolidou nos últimos 10 \n anos, e, de outro lado, em estágio recente e também potencialmente \n maior, o ciberjornalismo. Deve-se grafar com letras maiores – \n CIBERJORNALISMO - , pois se trata de uma área em expansão, \n paradoxalmente àquilo que estudantes e professores dos cursos de \n jornalismo têm clareza.\n \n Os estudantes de jornalismo, tradicionalmente, quando escolhem\n esse curso como primeira opção, ou seja, tem consciência do que querem e\n conhecem preliminarmente os aspectos e o cotidiano da profissão, optam \n por atuar, inicialmente, no jornalismo de televisão, no telejornalismo e\n em seguida, tendo em vista a influencia forte dos professores, no \n jornalismo impresso. Quando chegam nos últimos meses do curso, \n especialmente no período de elaboração do trabalho de conclusão do \n curso, no caso dos cursos da área de comunicação, do Projeto \n Experimental, se compreende que a área de trabalho de preferência, seja \n nas redações tradicionais, seja no chamado jornalismo alternativo, \n comunitário, o jornalismo impresso não abre oportunidades de trabalho e \n que o mercado profissional, nessa área, é muito restrito. São poucas empresas \n jornalísticas, com quadros de profissionais cada vez mais reduzido.\n \n Se a opção na área de assessoria de imprensa ou comunicação não \n atende suas expectativas, sobram pouquíssimas oportunidades. Mesmo o \n jornalismo em televisão, uma opção sempre presente, absorve um número \n mais restrito ainda de profissionais. Importante destacar que estas \n reflexões dizem respeito ao mercado profissional com a presença de \n jornalistas qualificados, ou seja, egressos de algum Curso de \n Jornalismo, pois muitas vezes essa não é a realidade. O mercado \n profissional dos jornalistas está cheio de “estagiários” que realizam \n trabalho de profissionais, além de inúmeros pseudojornalistas, pessoas \n que nem o ensino médio possuem e ocupam vagas de jornalistas.\n \n O que acontece com tudo essa situação é que muitos egressos dos \n Cursos de Jornalismo se veem em atuação nos diversos portais \n jornalísticos na internet. Um mercado potencial e em crescimento \n geométrico. A pergunta que se faz, pois nos cursos de jornalismo, ou em \n boa parte deles, não há uma preparação qualificada para atuar em \n ciberjornalismo, esses profissionais estão preparados para trabalhar \n nessa área? A realidade do mercado profissional em jornalismo mostra que\n muitos egressos dos cursos estão em atividade nos portais jornalísticos\n na internet e nunca se preparam para isso, mais, nunca se imaginaram \n nessa atividade.\n \n Sem dúvida que os egressos dos cursos de jornalismo estão \n preparados para atuar em qualquer área da profissão. É entendimento \n contumaz entre professores e estudantes que aqueles que estiverem \n qualificados para o jornalismo impresso, estão aptos a produzir para qualquer outro meio! Essa é uma meia verdade. Está \n correta, e muitos vão discordar desta afirmação, quando se trata de \n telejornalismo ou de radiojornalismo. Os textos produzidos são curtos e \n trata essencialmente do lide da notícia, ou seja, do primeiro paragrafo \n do texto.\n \n No ciberjornalismo também faz-se essa confusão, afirmam muitos que o \n ciberjornalismo é de uma estrutura de texto enxuta, com, no máximo três \n parágrafos! Equívoco liquido e certo. A estrutura de texto no \n ciberjornalismo é complexa, o ciberjornalismo tem como propriedade \n básica a multimedialidade, ou seja, utiliza vários formatos de mídia ao \n mesmo tempo.\n \n Sem dúvida, que muitos portais jornalísticos existente não têm essas \n características e se resumem a textos publicados na internet. Isso não é\n ciberjornalismo, tampouco jornalismo digital ou coisa semelhante. Dizer\n que um periódico é um diário digital e ficar apenas em textos e imagens\n é, como diz a gíria, “enganar a torcida”.\n \n Estar qualificado para a produção ciberjornalística requer \n conhecimento amplo de informática, base de dados, edição de vídeo, áudio\n e outros recursos que não cabem mencionar neste espaço. O que muitos \n egressos dos Cursos de Jornalismo fazem nos chamados jornais da internet\n é um Blog, limitado pelas linhas editorias definidas pelos \n proprietários dessas páginas webs. De uma forma ou outra, é a opção \n profissional que se tem no momento. Ou se faz isso, ou se faz nada!\n \n (*)Gerson Luiz Martins é jornalista e pesquisador do Mestrado em Comunicação da UFMS - www.gersonmartins.jor.br\n \n
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