G1/LD
ImprimirAgentes da Força Nacional (FN) chegaram a Roraima na madrugada desta quarta-feira (14) para ajudar no reforço do policiamento em Pacaraima, na fronteira com a Venezuela.
A medida faz parte da série de medidas anunciadas pelo presidente Michel Temer (PMDB) na última segunda-feira (12) durante visita ao estado.
Na ocasião, o ministro da Justiça, Torquato Jardim, disse que 32 homens e oito veículos da tropa que estavam em Manaus seriam deslocados a Roraima por causa do intenso fluxo de imigrantes cruzando a fronteira do estado.
De acordo com o Ministério da Justiça (MJ), os agentes chegaram a Pacaraima, a 218 Km da capital Boa Vista, por volta das 3h (hora local) desta quarta. Não há prazo definido de permanência da tropa na fronteira.
"Os detalhes sobre o policiamento serão definidos em conjunto com outros órgãos", informou a assessoria do MJ.
No final de janeiro, agentes da FN que estavam no estado desde janeiro de 2017 foram para o Amazonas logo após a fuga de mais de 80 presos da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo.
Na época, o secretário de Justiça e Cidadania do estado, Ronan Marinho, disse que a Polícia Civil estava investigando a atuação da tropa federal no momento da fuga, porque, segundo ele, os presos fugiram por uma área que era vigiada pelos agentes.
Dois dias depois da declaração do secretário, a Força Nacional retirou todos os seus homens do estado.
Imigração em massa e casas incendiadas
Roraima lida desde 2015 com a chegada desenfreada de venezuelanos, cujo êxodo é motivado pela crise política, econômica e social do país. Em 2017, foram registrados 17.130 pedidos de refúgio pela Polícia Federal.
De acordo com dados da prefeitura de Boa Vista, 40 mil venezuelanos vivem hoje na cidade, o que representa mais de 10% dos 330 mil habitantes da capital. Com isso, autoridades do estado cobram ações e recursos do governo federal para administrar a chegada dos venezuelanos.
Estado e município cobram apoio do governo federal e querem um plano para interiorizar os imigrantes, ou seja, levá-los a outras cidades ou estados com maior oferta de trabalho já que no estado prevalece o funcionalismo público.
No estado, os imigrantes fogem da fome, falta de emprego, hiperinflação e da instabilidade política no país governado por Nicolás Maduro. Três dos quatro abrigos do estado estão lotados, há milhares de venezuelanos em situação de rua e muitos dividindo casas alugadas. Em dezembro, estado decretou situação de emergência.
Na última semana, duas dessas residências ocupadas por venezuelanos foram incendiadas. Cinco pessoas ficaram feridas, incluindo uma menina de 3 anos. No domingo (11), o guianense Gordon Fowler, de 42 anos, foi preso em flagrante suspeito dos ataques. Em audiência de custódia, a prisão em flagrante foi convertida em preventiva e ele foi mandado para a Penitenciária Agrícola de Monte Cristo.