O globo/AB
ImprimirA Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) informou que cobrou explicações da Gol e da Infraero, que administra o aeroporto de Foz do Iguaçu, sobre o embarque em condições inadequadas de uma passageira com deficiência física. A empresária Katya Hemelrijk da Silva, de 38 anos, arrastou-se pelos degraus para chegar ao avião porque não havia equipamento disponível. Ela teria recusado a alternativa apresentada pela empresa: ser carregada no colo por funcionários da aérea.
O flagrante de irregularidade foi registrado nesta segunda-feira no voo 1076 da Gol, com origem em Foz do Iguaçu e destino ao aeroporto de Curitiba. A passageira divulgou a situação de constrangimento em sua página em uma rede social. Após a repercussão do caso, Katya voltou a escrever sobre o assunto, esclarecendo no post que sua intenção não é recorrer à Justiça contra a aérea:
"Processar a Gol seria apenas mais um processo para uma empresa desse porte. O que eu quero é que as pessoas tenham uma consciência e conhecimento maior sobre como lidar com pessoas com necessidades especiais, seja ela qual for. É bem mais simples do que muitos imaginam", escreveu Katya, que, de acordo com seu relato, tem Osteogenisis Imperfeita, conhecida como doença dos ossos de vidro.
A Anac informou, em nota, que as empresas e o operador do aeroporto são obrigados a prestar atendimento especial aos portadores de deficiência, com equipamentos adequados à locomoção desses passageiros. O descumprimento pode resultar em multa de até R$ 300 mil para os responsáveis.
Procurada, a Gol informou que ainda não foi notificada pela Anac para prestar esclarecimentos. Sobre o embarque em Foz do Iguaçu, a empresa disse, em comunicado, lamentar o ocorrido com a cliente "e que já está tomando as medidas necessárias para evitar que situações como esta voltem a acontecer."
Segundo a companhia, o equipamento utilizado para levar clientes com deficiência física até o interior de aeronaves não estava disponível para uso na manhã de 1º de dezembro em Foz do Iguaçu, e por isso não pôde ser utilizado durante o embarque do voo 1076 pela passageira. "A Gol tentou com as demais empresas conseguir o equipamento, o que também não foi possível, e ofereceu outras alternativas para a cliente, que optou por seguir sem a ajuda dos colaboradores da companhia", diz a nota.