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Brasil
02/12/2020 11:11:00
Após eleição em meio a pandemia, 'não podemos falar mais em lockdown'
Ministro da Saúde apontou que eleições municipais geraram aglomerações, mas não houve registro de aumento dos casos de Covid-19. Números, porém, mostram alta nos diagnósticos.

G1/PCS

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Prefeito de Campo Grande em campanha pela reeleição 2020 (Foto: UOL)

Em meio à volta de restrições em algumas partes do país para reduzir o contágio pelo novo coronavírus, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse nesta quarta-feira (2) que não se pode mais falar em afastamento social no país depois que a campanha para as eleições municipais foi realizada com aglomerações e não houve “aumento de contaminação” por coronavírus no Brasil.

Dados do consórcio de veículos de imprensa divulgados na terça (1º), entretanto, mostram que a média móvel nos últimos 7 dias foi de 38.154 novos diagnósticos por dia, a maior desde 6 de setembro -- quando chegou a 39.356. Isso representa uma variação de 35% em relação aos casos registrados em duas semanas, o que indica tendência de alta nos diagnósticos.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) adotou uma série de medidas de precaução durante o primeiro e o segundo turno das eleições municipais, com o objetivo de garantir segurança na votação.

O uso de máscaras, tanto por eleitores quanto mesários, foi obrigatório. Houve disponibilização de álcool em gel nas seções e os eleitores foram orientados a levarem caneta própria. Também houve orientação em relação ao distanciamento nas filas e dentro das seções.

Durante a campanha, entretanto, alguns candidatos contraíram a Covid-19, entre eles o candidato do Psol à prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos. Já o prefeito eleito de Goiânia (GO), Maguito Vilela (MDB), está há mais de um mês internado devido a complicações da doença.

"Se esse vírus se propaga por aglomeração, por contato pessoal, por aerosóis e nós tivemos a maior campanha democrática que podia ter no nosso país, que é a municipal, nos últimos dois meses. Se isso não trouxe nenhum tipo de incremento ou aumento em contaminação, não podemos falar mais em lockdown, nem nada", disse Pazuello durante audiência na comissão do Congresso que acompanha medidas de enfrentamento à pandemia

"Se todo o processo eleitoral dos municípios, com todas as campanhas, aglomerações e eventos, se isso não causa nenhum tipo de aumento de contaminação no nosso país, então não se fala mais em afastamento social”, afirmou o ministro.

Foto: Exame

Volta das restrições

Pazuello deu a declaração num momento em que alguns estados e cidades começam a rever a flexibilização nas restrições devido a novo aumento nos casos de Covid-19.

Nesta quarta (2), todo o estado de São Paulo voltou à fase amarela do plano de flexibilização. Com isso, lojas, shoppings, bares, restaurantes e academias da capital paulista voltaram a reduzir o horário de atendimento e a capacidade de público.

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), publicou, na terça-feira (1°), um decreto que restringe o horário de funcionamento de bares e restaurantes do DF. Agora, os estabelecimentos devem encerrar as atividades às 23h.

O anúncio foi feito um dia após a Secretaria de Saúde do DF fazer alerta sobre uma possível segunda onda de Covid-19.

Vencimento de testes

O ministro afirmou que o estoque com 6,86 milhões de testes para a Covid-19 armazenados em Guarulhos terão validade estendida.

Segundo Pazuello, a manutenção do testes em um depósito de Guarulhos permite que o Ministério mantenha esses testes em uso “da melhor forma”.

O ministro explicou que os kits, quando foram adquiridos, tinham uma validade “emergencial” e ‘bem pequena”, de oito meses, e que essa validade será renovada.

"Essa validade inicial ela seria e será renovada porque os componentes do teste todos têm validade muito mais estendida”, disse o ministro.

“Sempre soubemos disso, não é uma novidade. O processo de revalidação já começou há muito tempo. As discussões com a empresa. Discussões técnicas com a Anvisa são anteriores, não são de agora”, acrescentou.

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