Sábado, 23 de Novembro de 2024
Brasil
03/12/2013 07:52:06
Brasil evolui, mas segue nas últimas posições em ranking de educação
O Brasil foi o país com maior avanço no desempenho de alunos de 15 anos em matemática entre 2003 e 2012, segundo dados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês) divulgados nesta terça-feira (3).

G1/LD

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Foto: Agência Estado
O\n Brasil foi o país com maior avanço no desempenho de alunos de 15 anos em\n matemática entre 2003 e 2012, segundo dados do Programa Internacional de\n Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês) divulgados nesta terça-feira\n (3). Essa avaliação é aplicada a cada três anos com estudantes de 15 anos –\n perto de concluírem o ciclo básico de ensino – para analisar até que ponto os\n alunos aprenderam conceitos e habilidades consideradas "essenciais para a\n completa participação em sociedades modernas", segundo a Organização para\n Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).\n \n Ao\n todo, a comparação entre 2003 e 2012 inclui 60 países que participaram da prova\n nos dois anos. Nesse período, a média de desempenho dos estudantes brasileiros\n saltou de 356 para 391, um aumento de 35 pontos. No ranking de matemática,\n porém, o país ocupa a 58ª posição entre os 65 países participantes da última\n edição, duas posições a menos que em 2009, e mais de 100 pontos abaixo da média\n dos países da OCDE, que foi de 494 pontos.\n \n Em\n matemática, o Brasil ficou atrás de países latino-americanos como Chile,\n México, Uruguai e Costa Rica e à frente de Argentina, Colômbia e Peru. Os\n outros países piores que o Brasil são Tunísia, Jordânia, Qatar e Indonésia.\n \n Os\n melhores desempenhos do Pisa em matemática foram da China, Cingapura, Hong\n Kong, Taiwan, Coreia do Sul, Macau e Japão. A China também teve os melhores\n índices em leitura e ciências.\n \n As\n provas do Pisa duram até duas horas e as questões podem ser de múltipla escolha\n ou dissertativas. Em alguns países, incluindo o Brasil, uma amostra dos\n estudantes também fez provas em computadores. O exame foi aplicado a uma\n amostra de alunos que estejam matriculados na rede pública ou privada de ensino\n a partir do 7° ano do ensino fundamental. Além de responderem às questões, os\n jovens preencheram um questionário com detalhes sobre sua vida na escola, em\n família e suas experiências de aprendizagem.\n \n Em\n 2012, o Pisa foi aplicado a 510 mil alunos em 60 países que, segundo a OCDE,\n representam estatisticamente cerca de 28 milhões de estudantes de 15 anos. No\n Brasil, 19.877 alunos de 837 escolas completaram o exame, segundo o estudo.\n \n As\n questões avaliam três áreas do conhecimento: matemática, leitura e ciências.\n Este ano, o foco da avaliação foi matemática. A média aritmética de desempenho\n nessas três áreas em 2012 foi de 402, um ponto acima da média alcançada em\n 2009.\n \n No\n relatório elaborado especificamente com os resultados brasileiros, a OCDE destacou\n a evolução do país em matemática entre 2003 e 2012, em leitura entre 2000 e\n 2012 e em ciências entre 2006 e 2012.\n \n O\n ministro da Educação, Aloizio Mercadante, vai comentar o desempenho do Brasil\n no Pisa nesta terça-feira (3), em coletiva de imprensa.\n \n Matemática
\n Apesar da melhoria acelerada no desempenho dos estudantes brasileiros em\n matemática nesse período, 67,1% dos alunos do país ainda estão abaixo da linha\n básica de proficiência, segundo o Pisa 2012. Isso quer dizer que dois terços\n dos alunos são capazes apenas de extrair informações relevantes de uma única\n fonte e usar algoritmos, fórmulas, procedimentos e convenções básicas para\n resolver problemas envolvendo números inteiros.\n \n A\n OCDE aponta que essa porcentagem está acima da média dos países-membros da\n entidade, mas que caiu em relação ao patamar de dez anos atrás, quando 75,2%\n dos alunos brasileiros estavam nessa situação. Ainda de acordo com a avaliação,\n os alunos do país têm mais dificuldades em lidar com conteúdos ligados à\n álgebra e ao estudo de funções matemáticas.\n \n Leitura e ciências
\n A cada edição do Pisa, uma das três áreas do conhecimento recebe enfoque\n especial, mas as outras duas também são incluídas entre as questões aplicadas.\n Tanto em leitura como em ciências, o Brasil está abaixo da média da OCDE. Em\n leitura, o crescimento dos estudantes do país foi de 396 em 2000 e de 410\n pontos em 2010 – a média da OCDE é 496. Segundo os dados, porém, nas últimas\n cinco edições do Pisa o Brasil tem tido altos e baixos em leitura: em 2009, o\n desempenho foi de 412 pontos, mas recuou para 410 três anos depois.\n \n Pelos\n dados do último Pisa, 49,2% dos estudantes brasileiros sabem apenas o básico em\n leitura, como reconhecer o tema principal ou o objetivo do autor de textos\n sobre temas familiares a ele, e fazer uma conexão simples entre as informações\n em um texto e o conhecimento do cotidiano. Esse é o nível 2 de conhecimento no\n espectro da avaliação, considerado "abaixo da linha de base da proficiência".\n Apenas um em cada 200 alunos alcançou proficiência de nível 5 e consegue, por\n exemplo, compreender textos com formato e conteúdo que eles não conhecem, ou\n analisar textos em detalhes.\n \n Já\n em ciências, o desempenho do país em 2012 foi o mesmo de 2009: 405 pontos,\n quase 100 pontos abaixo da média dos países da OCDE, que é de 501. Entre 2003 e\n 2006, o Brasil havia estagnado em 390 pontos. Na última edição, 61% dos\n estudantes estavam no patamar considerado de "baixo desempenho",\n demonstrando capacidade de apresentar apenas explicações científicas óbvias e\n seguir somente evidências explícitas. Só 0,3% dos alunos conseguiram demonstrar\n alto desempenho na área, incluindo habilidades como "identificar, explicar\n e aplicar conhecimento científico em uma variedade de situações complexas de\n vida".
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