FP/PCS
ImprimirO pré-candidato à presidência Ciro Gomes (PDT) afirmou nesta quinta-feira (14) que irá convidar toda a diretoria do Banco Central a se demitir no primeiro dia do seu governo, caso seja eleito. A postura contrasta com a do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que deve manter o atual presidente, Roberto Campos Neto, segundo a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann.
"No primeiro dia do meu governo nós somos todos cavalheiros, a atual direção do Banco Central será convidada a se demitir. Ficou alguma dubiedade?", provocou o presidenciável em entrevista ao Manhattan Connection, do Canal MyNews.
Ele disse que não haverá quebra de contrato, porque irá revogar nos primeiros seis meses de governo o atual estatuto da autonomia "tal como foi votado".
"O Banco Central brasileiro comigo será mandatário, portanto gozará de uma autonomia operacional, mas para cumprir a menor inflação a pleno emprego. Hoje o regime de metas de inflação determina apenas a perseguição da menor inflação, desconsiderando qualquer outra ordem de considerações ou valores, o que é um absurdo completo, criminoso num país com essa situação social e econômica. E só tem uma arma para atirar, que é a taxa de juros", detalhou Ciro.
O pedetista não perdeu a oportunidade de provocar Lula. Ele lembrou que Gleisi Hoffmann afirmou em um jantar com 30 empresários que manterá Roberto Campos Neto pelo menos até 2024, quando se encerra o seu mandato.
O assunto veio à baila no momento em que ela citava a série histórica de superávit primário, de 2003 a 2014, como uma prova de responsabilidade fiscal nas gestões petistas. Um dos comensais ressaltou, porém, que, no governo Lula, o BC era presidido pelo banqueiro Henrique Meirelles.