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Brasil
02/06/2018 07:00:00
Dodge pede ao STF para enviar inquérito sobre José Serra para a Justiça de São Paulo
Inquérito apura se Odebrecht pagou caixa 2 em campanhas de Serra quando ele era governador do estado. STF decidiu que foro privilegiado só vale para crimes cometidos durante o mandato.

G1/PCS

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O senador José Serra (PSDB-SP) (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para enviar um inquérito relacionado ao senador José Serra (PSDB-SP) para a Justiça Federal de São Paulo.

O inquérito foi aberto para investigar se a construtora Odebrecht pagou caixa 2 em campanhas de Serra quando o tucano era governador do estado.

Desde que as delações da Odebrecht se tornaram públicas, Serra tem reafirmado que não cometeu nenhuma irregularidade e que todas as campanhas dele foram conduzidas pelo PSDB na forma da lei.

O ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza, apontado como operador do PSDB e solto duas vezes pelo ministro Gilmar Mendes, também é investigado nesse inquérito.

O pedido da PGR

Ao STF, Raquel Dodge argumentou que as suspeitas se referem à época em que Serra era governador de São Paulo e, desde o mês passado, o Supremo decidiu restringir o foro privilegiado de deputados federais e de senadores a crimes cometidos durante o exercício do mandato e em razão da atividade parlamentar.

"Como se verifica, os fatos investigados nos presentes autos relacionados a José Serra deram-se enquanto governador de estado. Portanto, não se justifica a competência desta Suprema Corte, dado que, claramente, não se trata de delito ocorrido durante o mandato de Senador e, logicamente, não relacionado a este cargo", afirma Dodge.

A procuradora pediu que o caso vá para alguma das varas federais criminais de São Paulo. A questão será analisada por Gilmar Mendes, relator do inquérito.

Delação

Em delação premiada, o ex-executivo da Odebrecht Pedro Novis afirmou que aproximadamente R$ 21 milhões foram repassados a Serra por meio de caixa dois nas campanhas de 2002, 2004 e 2006.

Segundo o processo, há suspeita de ajuste de mercado entre Andrade Gutierrez, Galvão Engenharia, Camargo Correa, Serveng Civilsan, OAS, Mendes Junior, Queiroz Galvão, CR Almeida, Constran e Odebrecht para fraudar licitação do Rodoanel Sul, no Estado de São Paulo. Dirigentes da Dersa teriam participado das conversas.

A Procuradoria Geral da República apontou suspeitas de pagamentos no exterior para a campanha presidencial de Serra em 2010.

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