Sábado, 23 de Novembro de 2024
Brasil
04/01/2015 08:57:00
Em ano de seca histórica, Itaipu produz 11% menos que em 2013
A queda é resultado, entre outros, da terceira maior seca pela qual o Brasil passou em 84 anos desde o início das medições.

G1/LD

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Após dois anos seguidos de recordes de produção, a Hidrelétrica de Itaipu, no oeste do Paraná, produziu cerca de 11% menos que em 2013: 87,8 milhões de megawatts-hora (MWh), contra a marca histórica do ano anterior que foi de 98,6 MWh. A queda é resultado, entre outros, da terceira maior seca pela qual o Brasil passou em 84 anos desde o início das medições. A meta agora, aponta a superintendência de operação da usina, é chegar aos 100 milhões de MWh.

“Desde que a Itaipu começou a operar, em 1984, este foi o ano com o pior regime hidrológico no país e também no Rio Paraná. A seca e outros fatores controlados pelo Operador Nacional do Sistema influenciaram neste resultado. Por outro lado, atingimos o melhor índice de desempenho destes 30 anos de geração, com 99,3% de eficiência operacional. Isso quer dizer que aproveitamos quase toda a água que chegou ao reservatório durante o ano”, comentou o superintendente de Operação de Itaipu, Celso Torino.

Na prática, isto significa que se Itaipu tivesse mais matéria-prima para operar, aponta, mais energia seria gerada pela usina. “Se vamos ter uma produção maior ou mesmo se vamos atingir a meta de 100 milhões de MWh ainda não é possível afirmar”, apontou ao explicar que a previsão é feita pelas hidrelétricas a partir do final de março, quando termina o período chuvoso. “Com a situação dos reservatórios mais bem definida, é possível ter ideia de como este recurso poderá ser administrado até novembro, quando começa o período úmido. Já podemos observar uma melhora no nível dos reservatórios, e isso é muito bom”, disse.

Já com um regime hidrológico melhor, ao contrário do enfrentado pela Itaipu, em 2014 a usina chinesa de Três Gargantas produziu 98,8 milhões de MWh, superando em o equivalente a meio dia de produção o recorde anual da hidrelétrica brasileiro-paraguaia registrado em 2013, quando foi responsável por 17% de toda a energia elétrica consumida no país. “Mesmo com a redução e a contribuição maior das hidrelétricas, este percentual no mercado brasileiro deve se manter entre 15% e 17%”, estimou Torino.

Eficiência energética

A binacional é a maior usina em geração acumulada com 2,2 bilhões de MWh. Apesar de ter capacidade instalada de 22,5 mil MWh contra 14 mil MWh de Itaipu, Três Gargantas precisaria 140 anos para atingir essa marca, considerando a geração de 2014. O volume seria suficiente para atender o consumo de energia elétrica de todo o planeta durante 37 dias, o Brasil por quatro anos e nove meses e 16 dias e o Paraguai por mais de 181 anos.

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