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Brasil
22/03/2013 09:27:25
Falta de água de qualidade mata uma criança a cada 15 segundos no mundo, revela Unicef
Pelo ranking da Trata Brasil, o índice médio em população atendida com coleta de esgoto nas 100 cidades pesquisadas pela organização foi 59,1%

Agência Brasil/AB

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\n \n A cada 15 segundos, uma criança morre\n de doenças relacionadas à falta de água potável, de saneamento e de condições\n de higiene no mundo, segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).\n Todos os anos, 3,5 milhões de pessoas morrem no mundo por problemas\n relacionados ao fornecimento inadequado da água, à falta de saneamento e à\n ausência de políticas de higiene, segundo representantes de outros 28\n organismos das Nações Unidas, que integram a ONU-Água. \n \n No\n Relatório sobre o Desenvolvimento dos Recursos Hídricos, documento que a\n ONU-Água divulga a cada três anos, os pesquisadores destacam que quase 10% das\n doenças registradas ao redor do mundo poderiam ser evitadas se os governos investissem\n mais em acesso à água, medidas de higiene e saneamento básico. \n \n As\n doenças diarreicas poderiam ser praticamente eliminadas se houvesse esse\n esforço, principalmente nos países em desenvolvimento, segundo o levantamento.\n Esse tipo de doença, geralmente relacionada à ingestão de água contaminada,\n mata 1,5 milhão de pessoas anualmente. \n \n No\n Brasil, dados divulgados pelo Ministério das Cidades e pelo Sistema Nacional de\n Informações sobre Saneamento Básico, mostram que, até 2010, 81% da população\n tinham acesso à água tratada e apenas 46% dos brasileiros contavam com coleta\n de esgotos. Do total de esgoto gerado no país, apenas 38% recebiam tratamento\n no período. \n \n Há\n poucos dias, a organização da sociedade civil Trata Brasil divulgou\n levantamento que confirma a relação entre a falta de saneamento e acesso à agua\n potável e os problemas de saúde que afetam principalmente as crianças. O\n Ranking do Saneamento levantou a situação desse serviço nas 100 maiores cidades\n do país, considerando a parcela da população atendida com água tratada e coleta\n de esgotos, as perdas de água, investimentos, avanços na cobertura e o que é\n feito com o esgoto gerado pelos 77 milhões de brasileiros dessas localidades\n (40% da população brasileira). \n \n O\n levantamento mostrou que a política em “grande parte das maiores cidades do\n país avança, mesmo lentamente, nos serviços de saneamento básico, sobretudo no\n acesso à água potável, à coleta, ao tratamento dos esgotos e à redução das\n perdas de água”. Os pesquisadores destacaram, porém, que existe um número\n expressivo de municípios de grande porte que não avançaram nesses\n investimentos. \n \n De\n acordo com os pesquisadores, do volume de esgoto gerado nas 100 cidades,\n somente 36,28% são tratados, ou seja, apenas nas cidades analisadas, quase 8\n bilhões de litros de esgoto são lançados todos os dias nas águas sem nenhum\n tratamento. “Isso equivale a jogar 3.200 piscinas olímpicas de esgoto por dia\n na natureza”. \n \n Os\n órgãos das Nações Unidas apontam que, no mundo, o despejo de 90% das águas\n residuais em países em desenvolvimento – em banhos, cozinha ou limpeza\n doméstica – vão para rios, lagos e zonas costeiras e representam ameaça real à\n saúde e segurança alimentar no mundo. \n \n Pelo\n ranking da Trata Brasil, o índice médio em população atendida com coleta de\n esgoto nas 100 cidades pesquisadas pela organização foi 59,1%. A média do país,\n registrada em 2010, era 46,2%. A boa notícia é que 34 cidades apresentaram\n índice de coleta de esgoto superior a 80% da população e apenas cinco\n municípios (Belo Horizonte, Santos, Jundiaí, Piracicaba e Franca) tinham 100%\n da coleta de esgoto em funcionamento. \n \n Trinta\n e dois municípios se encontram na faixa de sem coleta a 40% de coleta e 34\n cidades têm entre 41% e 80% da cobertura de coleta de esgoto. “Ou seja, na\n maioria dos municípios analisados ainda está distante a universalização dos\n serviços de coleta de esgoto”, destaca o estudo. \n \n A\n análise da organização não governamental destacou que vários fatores\n influenciam na ocorrência das diarreias, como a disponibilidade de água potável,\n intoxicação alimentar, higiene inadequada e limpeza de caixas dágua. O estudo\n mostrou a relação direta entre a abrangência do serviço de esgotamento\n sanitário e o número de internações por diarreia. De acordo com o levantamento,\n em 2010, em 60 das 100 cidades pesquisadas os baixos índices de atendimento\n resultaram em altas taxas de internação por diarreias. \n \n Nas\n 20 melhores cidades em taxa de internação (média de 17,9 casos por 100 mil\n habitantes), a média da população atendida por coleta de esgotos era 78%,\n enquanto nas dez piores cidades em internações por diarreia (média de 516 casos\n por 100 mil habitantes), a média da população atendida por coleta de esgotos\n era somente 29%. \n \n \n \n \n
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