G1/PCS
ImprimirO governo federal publicou nesta segunda-feira (6) portaria que autoriza o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a contratar até 234.416 trabalhadores temporários para trabalhar no Censo Demográfico 2020.
Segundo a portaria do Ministério da Economia, os profissionais poderão ser contratados a partir de janeiro de 2020, mediante processo seletivo cujo edital deverá ser publicado em até 6 meses.
O prazo de duração dos contratos será de 1 ano, mas poderão ser prorrogados, com base nas necessidades de conclusão das atividades. O valor das remunerações será definido pelo IBGE.
"As contratações de que trata o art. 1º somente serão formalizadas mediante disponibilidade de dotações orçamentárias específicas, observando-se os demais requisitos previstos na Lei nº 8.745, de 1993", acrescenta a portaria.
Na última terça-feira, o Ministério da Economia já tinha autorizado a realização de processo seletivo simplificado para 400 vagas de analista censitário no IBGE. No mês passado, outras 209 vagas foram autorizadas no órgão.
Vagas previstas na portaria publicada nesta segunda:
Coordenador Censitário de Subárea 1: 600
Coordenador Censitário de Subárea 2: 850
Agente Censitário Operacional: 1.760
Supervisor (call center): 4
Agente Censitário Municipal: 6.100
Agente Censitário Supervisor: 23.578
Codificador Censitário: 120
Recenseador: 196.000
Supervisor PA: 1.304
Recenseador PA: 4.100
Último concurso para o Censo
O último concurso para o Censo foi em 2009 e 2010 – 191.972 vagas foram para recenseador, e outras 33.012 vagas foram para agente censitário administrativo, agente censitário de informática, agente censitário municipal, agente censitário regional e agente censitário supervisor. Os candidatos a recenseador precisam ter nível fundamental, e para agente censitário é exigido nível médio de escolaridade.
Os recenseadores são pagos por produtividade e a remuneração média, de acordo com o local de trabalho. Em 2010, a média ficou entre R$ 800 e R$ 1.600. Se candidataram para as vagas 1.051.582 candidatos.
Redução de verba no IBGE
O censo 2020 teve uma redução no orçamento. O próprio IBGE chegou a falar em queda de 25% no orçamento, mas na semana passada o instituto disse que ainda não sabe quanto vai receber a menos.
No último Censo, em 2010, o IBGE gastou R$ 1,4 bilhão para que os recenseadores batessem na porta de todos os brasileiros. Eles fizeram perguntas para descobrir quantos somos, quais as nossas características e em que país vivemos.
O IBGE estuda fazer menos perguntas para o questionário ficar mais ágil, o que reduziria o número de pesquisadores. Com isso, o Censo 2020 ficaria mais barato. Segundo o IBGE, em vez de R$ 3,1 bilhões cairia para R$ 2,3 bilhões.
Durante a cerimônia de posse da nova presidente do IBGE, Susana Cordeiro Guerra, no dia 22 de fevereiro, o ministro da Economia Paulo Guedes, que a indicou, já havia adiantado o pedido de “simplificar o Censo”.
O IBGE sustenta, entretanto, que a redução no orçamento do Censo de 2020 não vai prejudicar a pesquisa. A presidente do IBGE, Susana Cordeiro Guerra, disse em entrevista ao Jornal Nacional que, mesmo menor, o questionário do Censo vai garantir as informações essenciais para o país com precisão e qualidade.
“O que a gente quer é um Censo de qualidade, menos custoso e sem perda de informação. Esses ajustes são ajustes de informações, que podem ser coletadas de forma mais precisa e eficiente através de outras pesquisas de amostragem já existentes. O cidadão quer uma informação mais frequente e transparente e não uma informação que venha de dez em dez anos. Então, é esse o avanço que a gente quer no IBGE, e esse o avanço que vários países do mundo estão fazendo”.
Censo é feito a cada 10 anos
Com periodicidade decenal, ou seja, realizado a cada 10 anos, o Censo Demográfico tem abrangência nacional. Ele apresenta dados detalhados sobre a população brasileira, que são divulgados para Brasil, Grandes Regiões, Unidades da Federação, Mesorregiões, Microrregiões, Regiões Metropolitanas, Municípios, Distritos, Subdistritos e Setores Censitários.
A última edição do Censo foi realizada em 2010. O IBGE estima que, desde então, a população tenha aumentado em cerca de 10,4%.