Brasil
16/09/2013 06:48:03
Infraestrutura: Preço do pedágio ameaça novas concessões de rodovias federais
O alto valor de algumas praças de pedágio que o governo pretende lançar no programa de concessão de rodovias é apontado como risco para o negócio e indicação do esgotamento do modelo de concessões no país.
Folha/PCS
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\n \n O\n alto valor de algumas praças de pedágio que o governo pretende lançar no\n programa de concessão de rodovias é apontado como risco para o negócio e\n indicação do esgotamento do modelo de concessões no país. \n \n Segundo\n a ABCR (Associação Brasileira da Concessionárias de Rodovias), a média dos\n preços dos pedágios das estradas federais hoje é de R$ 5,20 por 100 km. \n \n O\n valor-teto das três primeiras rodovias que estão em processo de concessão está,\n em média, em R$ 10,40 por 100 km. A vencedora da concorrência é a que oferece o\n maior desconto sobre esse valor. Nos últimos anos, os descontos nas licitações\n federais têm ficado acima de 40%. \n \n Nas\n duas primeiras concessões do programa da presidente Dilma, só houve interesse\n em uma, a BR-050/MG-GO, com oito candidatos. Nela, o pedágio-teto era o mais\n baixo, R$ 7,90. A disputa deve reduzi-lo a próximo da metade. O vencedor do\n leilão será conhecido depois de amanhã. \n \n Já\n a concorrência da BR-262/MG-ES não teve interessados. O valor-teto era R$\n 11,50. Na BR-101/BA, a próxima que vai a leilão, no mês que vem, o valor-teto é\n ainda maior: R$ 12 por 100 km. \n \n A\n Folha apurou com empresas do setor que estudaram o edital que seus modelos\n apontavam que o negócio só seria viável com descontos pequenos sobre o\n preço-teto. Com isso, o valor cobrado dos usuários seria elevado, reduzindo a\n atratividade da concessão e aumentando o risco. \n \n Nas\n mais recentes manifestações populares contra o governo, em julho, praças de\n cobrança foram vandalizadas em São Paulo. No Espírito Santo, manifestantes pediram\n o fim da cobrança numa ponte entre Vitória e Vila Velha. \n \n MODELO QUESTIONADO \n \n As\n manifestações e os números apontam para um certo esgotamento do modelo de\n pedágio no país, retomado no início da década de 1990. Dados da ABCR mostram\n que o país tem a maior extensão de estradas pedagiadas do mundo. O dado é ainda\n pior se relativizado com a extensão de malha pavimentada. \n \n As\n estradas de maior volume de tráfego foram as primeiras a ser objeto de pedágio,\n sobrando pistas em que o volume de veículos é relativamente baixo, e os\n investimentos necessários para sua duplicação, elevados. \n \n Uma\n imposição a mais da presidente Dilma para essa rodada de concessões catapultou\n ainda mais o preço. Ela exigiu toda a duplicação nos cinco primeiros anos da\n concessão, encarecendo ainda mais o negócio. \n \n O\n aumento da expectativa de ganho das empresas para participar do leilão, a\n chamada taxa de retorno, também influiu no preço mais alto. Segundo estudo da\n consultoria LCA, no início do processo, os preços de pedágio-teto estavam 50%\n menores que os que estão indo a leilão hoje. \n \n O\n aumento da taxa de retorno ocorreu após as empresas anunciarem que não\n participariam da rodada de concessões de 2013, alegando inviabilidade. Os\n leilões da época foram adiados.\n \n \n
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