Sábado, 23 de Novembro de 2024
Brasil
03/09/2013 09:00:00
Madeireiras poderão explorar mais de 1 milhão de hectares da Amazônia
O SFB (Serviço Florestal Brasileiro) lançou, na semana passada, o terceiro edital deste ano de concessão florestal, na Floresta Nacional de Altamira, no Pará, com área de 360 mil hectares, para a exploração sustentável de madeira tropical.

UOL/PCS

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\n \n Mais de 1 milhão de hectares na Floresta Amazônica poderão ser\n explorados por madeireiras a partir do ano que vem. O SFB (Serviço Florestal\n Brasileiro) lançou, na semana passada, o terceiro edital deste ano de concessão\n florestal, na Floresta Nacional de Altamira, no Pará, com área de 360 mil\n hectares, para a exploração sustentável de madeira tropical. \n \n Também estão abertos os editais das florestais nacionais do\n Crepori e do Amana, ambas no Pará, que somam 740 mil hectares. Um hectare corresponde\n a 10 mil metros quadrados, o equivalente a um campo de futebol oficial. As\n áreas abertas para exploração madeireira localizam-se na região de influência\n da BR-163 (Cuiabá-Santarém) e estão sob pressão do desmatamento. \n \n O objetivo das concessões é ordenar a atividade madeireira e\n promover uma economia florestal de base sustentável, com madeira legal, de\n origem rastreada, aumentar a oferta de empregos e elevar a renda e a\n arrecadação regionais. "A política de concessão florestal traz a presença\n forte do Estado para áreas que ainda são remotas. Para que haja uma atividade\n de base florestal na Amazônia, é preciso tratar da questão da regularidade\n fundiária, que é um ponto crítico", disse o diretor de Concessão Florestal\n e Monitoramento do SFB, Marcus Vinicius Alves. \n \n "O processo de desordenamento territorial, que gera grilagem\n e desmatamento, está associado à falta de gerenciamento dessas áreas. Como o\n governo é o maior detentor de terras na Amazônia, cabe a ele gerir essas áreas.\n E a melhor gestão para uma floresta é pelo manejo florestal. O governo faz isso\n por meio de terceiros pela via da concessão", explicou Alves. \n \n Para que se tornem concessionários, os empresários têm de\n participar de uma concorrência pública que inclui as propostas técnica e do\n preço a ser pago pelo metro cúbico de madeira retirada. A proposta técnica é\n composta por critérios como a implantação de um sistema de gestão e desempenho\n de qualidade das operações florestais, o grau de processamento local do\n produto, o uso de inovações tecnológicas e os investimentos para a comunidade\n local. Os contratos de concessão em terras públicas da União têm validade de 40\n anos. \n \n Os maiores desafios nos processos de licitação são problemas com\n documentos, dificuldade dos madeireiros de se desvincular das práticas ilícitas\n e incapacidade técnica e gerencial para contratar com o governo federal.\n "Existe uma resistência de parcela razoável do setor madeireiro em se\n legalizar porque a legalização implica uma série de compromissos. Uma empresa, para\n ser concessionária, precisa estar regular com a Receita Federal e a Estadual,\n com a Delegacia Regional do Trabalho, com a Justiça", disse Alves. \n \n Atualmente, o SFB tem 200 mil hectares sob concessão florestal. As\n concessões das florestas nacionais do Jamari, em Rondônia, e de Saracá-Taquera,\n no Pará, já estão em operação. Os contratos da Floresta Nacional de Jacundá,\n também em Rondônia, foram assinados, mas ainda estão na fase de implantação, em\n que os concessionários fazem inventário florestal e plano de manejo. Até o ano\n passado, 85 mil metros cúbicos foram extraídos e R$ 5,5 milhões pagos pela\n madeira ao governo federal. \n \n A extração sustentável da madeira prevê que se corte uma média de\n cinco árvores das cerca de 500 árvores que existem em 1 hectare. Como o ciclo\n de corte tem duração entre 25 e 30 anos, apenas depois desse período as toras\n poderão ser extraídas no mesmo local. As espécies mais comuns são maçaranduba,\n jatobá, muiracatiara-rajada, angelim-vermelho e roxinho. \n \n Os concessionários arcam com os custos de operação com\n equipamentos e com a manutenção de estradas, por exemplo. A Amata é uma das\n empresas concessionárias que atuam na Floresta Nacional de Jamari, em uma área\n de 46 mil hectares, com produção anual de 20 mil metros cúbicos de tora. Segundo\n o presidente da empresa, Roberto Waack, o investimento tem girado em torno de\n R$ 2 milhões a R$ 3 milhões por ano nos últimos três anos. A Amata atua em toda\n a cadeia da madeira – da produção até a comercialização. \n \n "Acreditamos no retorno do investimento no médio e longo\n prazos, especialmente se as condições de mercado forem mais justas. Enquanto o\n setor continuar competindo com a madeira ilegal, terá retornos baixos,"\n disse Waack. A Amata exporta entre 60% e 70% do que produz e gera 100 empregos\n diretos e indiretos na concessão. \n \n Apesar do pouco tempo de implantação das concessões – três anos –,\n o balanço do SFB é positivo. Observou-se uma redução do número de invasões\n florestais e do desmatamento nessas regiões. "Há pessoas operando e\n tomando conta dessas áreas. Temos que fazer da floresta um ativo que gere\n emprego e renda para as sociedades locais", ressaltou Marcus Vinicius\n Alves.\n \n \n
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