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Brasil
25/07/2016 11:40:00
Manifestantes começam a desocupar prédio do Ministério da Cultura, no Rio
Agentes da Polícia Federal cercam o edifício desde o início da manhã. 'Torceram meu braço, fizeram de tudo. Desci da escada rolando', diz ativista.

G1/PCS

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Polícia cerca prédio do Ministério da Cultura, no Centro (Foto: Reprodução / TV Globo)

Manifestantes começaram a desocupar o prédio do Ministério da Cultura, no Centro do Rio, por volta das 9h desta segunda-feira (25). Desde o início da manhã, o edifício Gustavo Capanema estava cercado por agentes da Polícia Federal. Mais cedo, uma tropa de choque de homens mascarados impedia que os manifestantes ocupassem o pilotis do prédio, enquanto estes argumentavam que o local é uma área pública.

Os agentes entraram no edifício e retiraram colchões e barracas. Há 70 dias, cerca de 50 pessoas ocupavam o prédio, pedindo a saída do presidente em exercício Michel Temer, considerado um governo ilegítimo pelos ocupantes. Durante o período, muitas atividades culturais aconteceram no Gustavo Capanema e artistas como Caetano Veloso, Seu Jorge e Lenine se apresentaram no local.

Agentes da PF cercam Palácio Gustavo Capanema no Centro do Rio (Foto: Cristina Boeckel / G1)

Produtora cultural, Adriana Tiúba afirma que os policiais agiram com truculência. "Fomos surpreendidos por 15 policiais na sala Portinari. Estava somente eu e minha amiga de 60 anos, militante há 40 e poucos anos. E tinha policiais armados de metralhadora, com o rosto coberto. Eles usaram a força legitimada para tirar lá de cima, me agrediram e em algum momento que estava me debatendo falei: preciso de água porque vou desmaiar. Não me deixaram beber água. Veio mulher, com homem, me pegaram cada um em um braço, em uma perna. Torceram meu braço, fizeram de tudo. Desci da escada rolando", diz ela.

O advogado dos manifestantes, Rodrigo Mondego, afirma que não teve acesso ao prédio assim que chegou. Por volta de 9h10 ele já havia entrado. "Eu cheguei há 40 minutos e pedi para entrar, enquanto advogado, e não me foi permitido o acesso com o argumento de que precisa de uma autorização superior que não chega. O superior é uma pessoa inacessível. A Polícia Federal está desrespeitando a lei".

De acordo com Modego, os manifestantes estão descendo para a área pública do prédio, que ele afirma que é pública e da qual eles não poderiam ser retirados. "O prédio e público e inclusive está exercendo sua função pública. Essa área era desabitada, com muitos assaltos", explicou Mondego.

Agentes da Polícia Federal ocupam prédio desde o começo da manhã desta segunda (Foto: Cristina Boeckel / G1)
Reintegração de posse do Palácio Capanema começou na manhã desta segunda (25) (Foto: Cristina Boeckel/G1)

Integrantes do Ocupa Minc afirmam que a saída do prédio é pacífica, mas que o grupo pretende permanecer no pilotis. Até a publicação desta reportagem, a Polícia Federal ainda não havia se pronunciado sobre a desocupação.

Os manifestantes contam que a argumentação de que estavam destruindo o patrimônio público não é verdadeiro, pois os jardins e objetos como tapetes e cadeiras foram preservados e cobertos com plásticos e panos. Eles relatam ainda que a manifestação não está sendo permitida nem nas áreas públicas, como a calçada. Os manifestantes gritam que "o MinC é do povo" e criticam o presidente interino Michel Temer e o ministro da Cultura Marcelo Calero.

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