G1/PCS
ImprimirOs marqueteiros João Santana e Mônica Moura devem ser ouvidos a partir das 9h desta segunda-feira (17) no Tribunal Regional Eleitoral em Salvador, na Bahia, no processo que pede a cassação da chapa de Dilma e Temer por abuso de poder político e econômico na eleição presidencial de 2014.
A determinação do depoimento foi do ministro Herman Benjamin, relator do processo no Tribunal Superior Eleitoral. João Santana e Mônica Moura foram responsáveis pelo marketing das campanhas de Dilma Rousseff em 2010 e 2014 e também na de Lula, em 2006.
O casal foi preso em fevereiro de 2016 durante a Operação Acarajé, a 23ª fase da Lava Jato, e ficou preso até agosto do mesmo ano. Eles foram condenados na primeira instância por lavagem de dinheiro, fecharam acordo de delação premiada e os depoimentos foram homologados no último dia 4 de abril pelo Supremo Tribunal Federal.
De acordo com a força-tarefa da Lava Jato, foram encontrados indícios de que Santana recebeu US$ 3 milhões de offshores ligadas à Odebrecht, entre 2012 e 2013, e US$ 4,5 milhões do engenheiro Zwi Skornicki, entre 2013 e 2014. De acordo com a Polícia Federal e com o Ministério Público Federal (MPF), o dinheiro é oriundo de propina de contratos na Petrobras.
O ex-marqueteiro do PT e a mulher confirmaram ao juiz federal Sérgio Moro que o pagamento de US$ 4,5 milhões feito pelo engenheiro Zwi Skornick foi de caixa dois da campanha presidencial de Dilma Rousseff, em 2010.
Ação no TSE
Os sete ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiram por unanimidade no dia 4 de abril reabrir a etapa de coleta de provas, autorizar depoimentos de novas testemunhas e conceder prazo adicional de cinco dias para as alegações finais das defesas, com isso o julgamento ação que pede a cassação da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer foi suspenso e poderá ser retomado em maio.
De acordo com o presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes, o prazo para as alegações finais da defesa passará a contar depois que o TSE ouvir as novas testemunhas. Um dos primeiros a serem ouvidos foi o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega.
O julgamento é motivado por ação impetrada em 2014 pelo diretório nacional do PSDB e pela coligação Muda Brasil, encabeçada na última eleição presidencial pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG) e pelo atual ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes (PSDB-SP). A chapa tucana foi derrotada por Dilma e Temer no segundo turno.