G1/PCS
ImprimirO ex-ministro Antônio Palocci será interrogado pelo juiz federal Sérgio Moro, nesta quinta-feira (20), em ação penal da Lava Jato que apura se ele recebeu propina para atuar a favor da Odebrecht.
Moro, que é responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância, ouve também o ex-assessor de Palocci, Branislav Kontic, a partir das 10h, na sede da Justiça Federal do Paraná, em Curitiba. Os dois são acusados dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro na ação.
Palocci foi preso no dia 26 de setembro pela 35º fase da Operação Lava Jato. Ele foi ministro da Casa Civil no governo Dilma Rousseff e ministro da Fazenda de Lula – ambos do Partido dos Trabalhadores (PT). O ex-ministro está detido na carceragem da Polícia Federal (PF), na capital paranaense.
Kontic foi preso no mesmo dia que Palocci, mas deixou a cadeia em 15 de dezembro de 2016, depois de uma decisão da 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), que trocou a prisão preventiva por medidas cautelares alternativas.
Os dois são os últimos réus a serem interrogados pelo juiz no processo. Ainda nesta quarta, após os interrogatórios, as defesas e a acusação podem solicitar diligências complementares, que serão analisadas por Sérgio Moro. Na sequência, o magistrado determina os prazos para apresentação das alegações finais, última fase do processo antes da sentença.
Além de Palocci e Kontic, estão entre os réus o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque e o ex-presidente da Odebrecht S.A. Marcelo Odebrecht.
A acusação
O processo apura se Palocci recebeu propina para atuar em favor do Grupo Odebrecht, entre 2006 e o final de 2013, interferindo em decisões tomadas pelo governo federal. Segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), o ex-ministro também teria participado de conversas sobre a compra de um terreno para a sede do Instituto Lula, que foi feita pela Odebrecht, conforme as denúncias.
A denúncia trata de pagamentos feitos para beneficiar a empresa SeteBrasil, que fechou contratos com a Petrobras para a construção de 21 sondas de perfuração no pré-sal. O caso foi delatado pelo ex-gerente de Serviços da Petrobras, Pedro Barusco.
As investigações mostram que o valor pago pela Odebrecht a título de propina pela intermediação do negócio chegou a R$ 252.586.466,55. Esse valor foi dividido entre as pessoas que aparecem na denúncia. Em troca disso, a empresa firmou contratos que, somados, chegaram a R$ 28 bilhões.