Sábado, 7 de Junho de 2025
Brasil
20/11/2015 18:39:00
Parentes fazem protesto e pedem que buscas por desaparecidos não parem
Grupo se manifestou na manhã desta sexta-feira no Centro de Mariana. Corpo de Bombeiros disse que as buscas não serão interrompidas.

G1/PCS

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Sabrina quer uma resposta de onde está o pai (Foto: Sabrina Penna Carvalho / Arquivo pessoal)

Parentes e amigos das pessoas desaparecidas no rompimento da Barragem Fundão da mineradora Samarco, cujos donos são a Vale e a anglo-australiana BHP, faziam um protesto nesta sexta-feira (20) em Mariana, na Região Central de Minas Gerais.

Sete mortos foram identificados e quatro corpos aguardam identificação. Doze pessoas estão desaparecidas.

O grupo carregava cartazes com fotos das vítimas e faixas e caminhavam do Centro Vocacional Técnico (CVT) até o escritório da Samarco. Eles pediam mais agilidade nos trabalhos de buscas pelos sumidos e pediam que o Corpo de Bombeiros não se desmobilizasse.

A 2ª Promotoria de Justiça de Mariana expediu, nesta sexta-feira (20), uma recomendação aos responsáveis pelo trabalho de busca, pedindo que as atividades não sejam interrompidas "até que tenham sido esgotadas as possibilidades de localização".

A barragem de Fundão foi rompida no dia 5 de novembro, destruindo o distrito de Bento Rodrigues e afetando Águas Claras, Ponte do Gama, Paracatu e Pedras, além das cidades de Barra Longa e Rio Doce. Os rejeitos também atingiram dezenas de cidades na Região Leste de Minas Gerais e no Espírito Santo. Sete mortos já foram identificados e quatro corpos aguardam identificação. Doze pessoas estão desaparecidas.

A estudante Sabrina Penna Carvalho, de 18 anos, é filha do operador de máquinas Daniel Altamiro de Carvalho, de 53, que desapareceu no momento do desastre quando dirigia um trator da Integral Engenharia.

Doze pessoas seguem desparecidas após o rompimento da barragem da Samarco, em Mariana (MG) (Foto: Reprodução/TV Globo)

“Precisamos de mais empenho dos órgãos competentes. Que as buscas não parem até que encontrar o último corpo. Quero dar um enterro digno ao meu pai. É o mínimo que o meu pai merece”, desabafou Sabrina.

O auxiliar técnico em manutenção Emerson Aparecido dos Santos, de 30 anos, também está com o pai desaparecido, Ailton Martins dos Santos, de 55. Emerson pediu para que os bombeiros não parassem as buscas. “A gente acha que elas [as buscas] diminuíram ou podem até ter acabado e a gente não está sabendo”.

O major Rubem Cruz, coordenador das operações do Corpo de Bombeiros em Mariana, garantiu que as buscas na região não foram interrompidas. De acordo com ele, nesta sexta-feira, 54 militares trabalhavam no local.

“Nós já tivemos dia que nós já tivemos 130 [bombeiros], porque nós tínhamos condições de percorrer toda a margem. E aí criamos duas equipes, margem esquerda e margem direita. Mas hoje, por exemplo, a gente não consegue fazer isso, porque os locais que eram permitidos fazer as buscas, nós já fizemos. Agora, nós estamos aguardando uma condição de segurança, para que a gente possa fazer uma próxima da [barragem] de Fundão”, informou o militar.

Segundo Cruz, as buscas funcionam de um modo “dinâmico” e são replanejadas conforme as condições. “A ocorrência é dinâmica. Cada dia ela apresenta uma característica diferente e nós vamos adequando. E aí vamos fazendo replanejamentos”, esclareceu o major.

A mulher de Edinaldo Assis, um dos nove trabalhadores desaparecidos, cobra constantemente informações sobre buscas (Foto: Reprodução/TV Globo)
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