Sábado, 23 de Novembro de 2024
Brasil
10/02/2023 07:38:00
Perícia no celular revela única preocupação de Torres no dia 8
Torres está preso preventivamente na investigação sobre os atos golpistas por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF).

EC/PCS

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Foto: © Getty

"Não deixe chegar no Supremo." Essa foi a única ordem do então secretário de Segurança do Distrito Federal, Anderson Torres, ao seu substituto, o delegado federal Fernando de Sousa Oliveira, no dia 8 de janeiro. Torres está preso preventivamente na investigação sobre os atos golpistas por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF).

A mensagem foi enviada às 15h56, quando os bolsonaristas radicais já haviam subido a rampa do Congresso Nacional.

A conversa foi encontrada na perícia feita pela Polícia Federal (PF) no celular de Oliveira, que assumiu interinamente a Secretaria de Segurança dias antes dos protestos extremistas na Praça dos Três Poderes para cobrir as férias de Anderson Torres. Ele entregou o aparelho espontaneamente aos policiais.

O relatório da perícia foi enviado nesta quinta-feira, 8, ao STF. O documento descarta que o secretário interino tenha sido omisso ou conivente com os radicais.

"O delegado Fernando de Sousa Oliveira realizou o acompanhamento e monitoramento dos fatos em torno dos dias que antecederam a manifestação; solicitou dados e informações adicionais aos seus comandados da SSPDF; repassou as informações, planejamentos e estratégias adotadas ao Governador do DF; e, no que foi possível, tentou gerir de forma ativa, inclusive estando in loco, a atuação da SSPDF e dos órgãos a ela subordinados, a partir do momento em que se acirraram os ânimos dos manifestantes que chegaram à Esplanada dos Ministérios", registra o relatório.

As mensagens extraídas também apontam que, dois dias antes dos protestos, a subsecretária de Operações Integradas do Distrito Federal, Cíntia Queiroz de Castro, tranquilizou Oliveira sobre a preparação das forças de segurança. "Vai dar certo doutor", escreveu em referência aos protestos previstos. "Estamos tão acostumados a fazer que já sabemos como agir", garantiu.

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