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Brasil
13/04/2013 07:26:13
Reduzir maioridade penal é “ilusão”, diz ministro Gilberto Carvalho
O ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB-SP) defendeu nesta sexta, em Brasília, alterações na legislação para endurecer as punições a menores que se envolvam em crimes

G1/AB

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O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, disse nesta sexta-feira (12) que a redução da maioridade idade penal no Brasil é “ilusão”. Para ele, levar mais jovens à prisão não vai ajudá-los a sair do crime.\n “Em hipótese alguma o governo apoia [a redução da maioridade penal]. Nós temos uma posição definitiva sobre essa questão”, afirmou o ministro ao chegar a Taguatinga, cidade-satélite de Brasília, para participar de um evento da construção civil.\n “Eu acho ilusão que você reduzindo a idade penal vai resolver alguma coisa no país. Vai nos levar daqui a pouco a reduzir a idade penal para dez anos, porque os traficantes, porque os bandidos vão continuar usando o menor [...] Eu acho uma ilusão”, disse Carvalho.\n A questão em torno de mudanças na maioridade penal e no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) voltaram ao debate nacional após um rapaz de 17 anos confessar um assassinato em São Paulo um dia antes de completar 18 anos. O governador do estado, Geraldo Alckmin, chegou a defender, nesta quinta-feira (11) mudanças na legislação.\n “Nós defendemos a mudança da legislação federal no sentido de que para casos mais graves e reincidentes, que o prazo seja bem maior para estabelecer limites. E de outro lado, quem completou 18 anos de idade não deve ficar na Fundação Casa”, disse Alckmin.\n Carvalho disse que o caso ocorrido em São Paulo é “triste e lamentável”, mas pediu “maturidade” aos governantes.\n “Ao mesmo tempo que temos uma profunda dor e uma solidariedade com a situação como essa, é próprio e necessário que os governantes tenham muita maturidade no que falam e naquilo que propõem em uma hora como essa A situação é muito mais complexa do que ficar mexendo na questão da idade penal”, afirmou.\n “Levar mais jovens para o tipo de prisão que nós temos hoje é, sabemos, ajudá-los a aprofundar no crime não a sair do crime”, declarou o ministro, que levantou a hipótese de uma discussão sobre um “período de transição” para aqueles que tenham completado 18 anos e não tenham terminado sua pena.\n Carvalho pediu ainda ajuda aos estados para a implantação de um programa a ser lançado pelo governo chamado Juventude Viva, “que é exatamente um programa que previne, que da alternativa, sobretudo ao jovem negro da periferia, para que ele tenha alternativas que não seja o trafico de drogas, que o tire do desemprego, que o tire da situação de marginalidade”, explicou o ministro.\n Nesta quinta-feira, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, pediu cautela em relação a tentativas de mudanças na lei como forma de dar respostas a crimes violentos.\n "Acho que os projetos de lei que respondem a [determinadas] situações têm que ser muito bem analisados. Temos que tomar muito cuidado, às vezes, com o calor do momento", afirmou.\n Serra\n O ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB-SP) defendeu nesta sexta, em Brasília, alterações na legislação para endurecer as punições a menores que se envolvam em crimes.\n “Eu sou a favor [a mudanças na lei]. Eu fiz, como governador, o que o governador Alckmin está fazendo de novo. É a possibilidade de o assassino permanecer preso, mesmo depois dos 18 anos”, disse. Na visão de Serra, a mudança na legislação poderia ocorrer por meio de um projeto de lei.\n Serra disse que, durante o período em que foi governador, encontrou uma solução jurídica para manter preso Roberto Aparecido Alves Cardoso, o Champinha, depois de ele alcançar a maioridade penal. Aos 16 anos, o rapaz foi acusado de estuprar e matar a adolescente Liana Friendenbach e de ser o mentor do assassinato do namorado da jovem, Felippe Caffé.\n “Fizemos isso, inclusive, com aquele famigerado Champinha, do massacre de Embu-Guaçu. Nós não soltamos ele. Criamos até um instituto específico, uma coisa que sai caro, para manter aquele fascínora preso. Creio que essa mudança pode ser feita. Inclusive, ela não exige reforma constitucional. É menos polêmico”, afirmou.
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