Brasil
01/04/2014 09:00:00
Sem dinheiro, caminhoneiros esperam para deixar o Acre há um mês
Sem poder trabalhar há pouco mais de um mês, caminhoneiros sofrem com o fechamento da BR-364, inundada pelo Rio Madeira, em Rondônia.
G1/AB
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Sem poder trabalhar há pouco mais de um mês, caminhoneiros\n sofrem com o fechamento da BR-364, inundada pelo Rio Madeira, em Rondônia. A rodovia\n federal liga o Acre ao resto do país e sem ela o estado fica isolado via\n terrestre. Com o caminhão ilhado em Vista Alegre do Abunã (RO), Claudinei Berazoli\n deixou seu instrumento de trabalho e pegou uma carona até Rio Branco, capital\n do Acre, onde aguarda a liberação da estrada para poder voltar para casa, a\n esposa e três filhos que deixou em Paranaguá (PR).nbsp; Não sei o que vai ser\n de mim, diz.\n \n Ele explica que deixou o caminhão lotado de mercadoria estacionado na\n estrada e foi para a capital pois não teve outra alternativa. Em Rio Branco ele dorme em\n caminhões dos colegas que se encontram na mesma situação. "No Abunã,\n acabou até o dinheiro nos bancos. Está tudo abandonado, não tem ninguém. Aí eu\n fui obrigado a vir", comenta o caminhoneiro que já contabiliza os\n prejuízos da cheia.\n \n "Fazemos pelo menos duas viagens por mês. Faz 36 dias que a gente está\n parado, e perdemos no mínimo três viagens. Deixei de ganhar perto de R$ 16 mil\n líquido. Sem contar que estou gastando o que não tenho. Eu pago R$ 5 mil de\n prestação do caminhão e R$ 2 mil de manutenção. Minhas prestações já venceram.\n Não tenho de onde tirar mais nem para comer", lamenta.\n \n Diferente de Claudinei, Rogério Christ não é dono do caminhão com o qual\n trabalha, mas também está ilhado e sofre com a falta de dinheiro. "O\n caminhão não é meu, sou empregado. Então não ganho salário fixo, só comissão\n que chega a R$ 4 mil por mês. Estou há 27 dias parado aqui, o que significa que\n minhas contas estão todas atrasadas", afirma.\n \n Caminhão é moradia
\n Berazoli está instalado no pátio da Superintendência da Zona Franca de Manaus\n (Suframa) no Acre, na companhia de outros colegas caminhoneiros que vivem o\n mesmo drama há 28 dias. Sem dinheiro para se manter, ele se vira como pode.\n "A gente come e dorme conforme dá. Uns têm caixa de alimento no caminhão,\n eu não. Tenho que comer em\n restaurante. Mas o dinheiro acabou", comenta.
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\n Rogério Christ diz que sempre fez do caminhão a sua moradia, mas reclama das\n condições em que se encontra após tantos dias sem poder voltar para casa.\n "Esse pátio aqui que a gente está não tem banheiro. Você vai num posto\n tomar um banho, gasta R$ 3, para fazer as necessidade, mais R$ 1. Eu durmo no\n caminhão e faço refeições na caixa de comida".
\n nbsp;\n \n Falta de apoio
\n Para Claudinei, a classe dos caminhoneiros é abandonada e precisa ter seu papel\n reconhecido e valorizado. "A gente vem para cá para trazer o alimento, o\n combustível, a roupa, o remédio. Todo o transporte vem em cima de caminhão. Aviões\n não dão conta de abastecer o suficiente. O que está acontecendo agora é um\n exemplo da importância que temos e ainda assim não temos apoio de\n ninguém", finaliza.
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\n Situação atual
\n O nível do Rio Madeira chegou 19,67 metros, nesta terça-feira (31). No domingo\n (30), a cota chegou a 19,72\n metros. Para os moradores de Jacy-Paraná, Nova Mutum e\n localidades próximas, o único meio de transporte tem sido o barco.
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\n A situação dos caminhoneiros que precisam chegar ao estado do Acre ainda é\n complicada. Caminhões com cargas que saíram das regiões Sudeste, Centro Oeste e\n Sul, estão parados há dias nos postos de combustíveis em Porto Velho aguardando\n a liberação da rodovia 364.
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\n A previsão é a de que mais uma balsa seja disponibilizada esta semana para a\n travessia de carros e caminhões. Uma balsa já está operando na BR-364, na\n região do distrito, para facilitar o acesso, mas a demora tem gerado\n reclamações por parte dos motoristas.
\n Berazoli está instalado no pátio da Superintendência da Zona Franca de Manaus\n (Suframa) no Acre, na companhia de outros colegas caminhoneiros que vivem o\n mesmo drama há 28 dias. Sem dinheiro para se manter, ele se vira como pode.\n "A gente come e dorme conforme dá. Uns têm caixa de alimento no caminhão,\n eu não. Tenho que comer em\n restaurante. Mas o dinheiro acabou", comenta.
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\n Rogério Christ diz que sempre fez do caminhão a sua moradia, mas reclama das\n condições em que se encontra após tantos dias sem poder voltar para casa.\n "Esse pátio aqui que a gente está não tem banheiro. Você vai num posto\n tomar um banho, gasta R$ 3, para fazer as necessidade, mais R$ 1. Eu durmo no\n caminhão e faço refeições na caixa de comida".
\n nbsp;\n \n Falta de apoio
\n Para Claudinei, a classe dos caminhoneiros é abandonada e precisa ter seu papel\n reconhecido e valorizado. "A gente vem para cá para trazer o alimento, o\n combustível, a roupa, o remédio. Todo o transporte vem em cima de caminhão. Aviões\n não dão conta de abastecer o suficiente. O que está acontecendo agora é um\n exemplo da importância que temos e ainda assim não temos apoio de\n ninguém", finaliza.
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\n Situação atual
\n O nível do Rio Madeira chegou 19,67 metros, nesta terça-feira (31). No domingo\n (30), a cota chegou a 19,72\n metros. Para os moradores de Jacy-Paraná, Nova Mutum e\n localidades próximas, o único meio de transporte tem sido o barco.
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\n A situação dos caminhoneiros que precisam chegar ao estado do Acre ainda é\n complicada. Caminhões com cargas que saíram das regiões Sudeste, Centro Oeste e\n Sul, estão parados há dias nos postos de combustíveis em Porto Velho aguardando\n a liberação da rodovia 364.
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\n A previsão é a de que mais uma balsa seja disponibilizada esta semana para a\n travessia de carros e caminhões. Uma balsa já está operando na BR-364, na\n região do distrito, para facilitar o acesso, mas a demora tem gerado\n reclamações por parte dos motoristas.
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