UOL/PCS
ImprimirO presidente da República, Michel Temer, decretou uma ação de garantia de lei e da ordem em Brasília, declarou o ministro da Defesa, Raul Jungmann. Tropas federais já se encontram no Palácio do Planalto, no Palácio do Itamaraty, disse o ministro. "Nós estamos, neste momento, garantindo a evacuação. O senhor presidente da República decretou, por solicitação do presidente da Câmara, uma ação de garantia da lei e da ordem."
A declaração foi dada no Palácio do Planalto, sede da Presidência, logo após todos os prédios da Esplanada dos Ministérios serem evacuados após as pastas da Agricultura e da Fazenda sofrerem incêndios.
Segundo Jungmann, os protestos viraram "baderna". O senhor presidente da República faz questão de ressaltar que é inaceitável baderna, inaceitável o descontrole e que ele não permitirá que atos como esse venham a turbar o processo que se desenvolve de foram democrática e com respeito às instituições.
"Atendendo à solicitação do senhor presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, mas também levando em conta fundamentalmente uma manifestação que estava prevista como pacifica. Ela degringolou à violência, vandalismo, desrespeito, agressão ao patrimônio público e na ameaça às pessoas, muitas delas servidores que se encontram aterrorizados", disse Jungmann.
A Garantira de Lei e da Ordem, conhecida como GLO, é regulada pela Constituição Federal, em seu artigo 142, pela Lei Complementar 97, de 1999, e pelo Decreto 3897, de 2001. As operações de GLO concedem provisoriamente aos militares a faculdade de atuar com poder de polícia até o restabelecimento da normalidade.
Protesto provoca evacuação da Esplanada
Todos os prédios da Esplanada dos Ministérios estão sendo evacuados na tarde desta quarta-feira. Os funcionários dos ministérios estão estão sendo retirados dos prédios pelas saídas dos fundos. Para evitar que manifestantes se aproximem do Congresso Nacional, a Polícia Militar do DF faz uso de bombas de gás lacrimogêneo.
Um manifestante foi ferido gravemente e perdeu parte da mão, segundo apurou reportagem do UOL. Outro manifestante foi ferido a bala. A confusão começou quando os manifestantes tentaram furar uma barreira feita pela polícia para se aproximar do Congresso. A todo momento, grupos de policiais tentam dispersar manifestantes, que estão espalhados pela Esplanada dos Ministérios. Vários atiram pedaços de pau e pedras em direção aos policiais, enquanto os trios elétricos das centrais sindicais estão praticamente no meio do fogo cruzado.
A Marcha das Centrais Sindicais, como está sendo chamado o ato, protesta contra as reformas propostas pelo governo federal e pede a renúncia do presidente Michel Temer. Os manifestantes se reuniram pela manhã em frente ao estádio Mané Garrincha e depois seguiram em caminhada até o Congresso passando pela Esplanada dos Ministérios.
Mais cedo, um grupo pequeno de pessoas com rostos cobertos provocam os policiais, jogando garrafas de água e pedaços de madeira contra os agentes e tentando furar a barreira colocada na avenida das Bandeiras, em frente ao Congresso.
Em reação, policiais militares a cavalo lançaram bombas e atiraram balas de borracha em direção aos manifestantes no gramado da Esplanada. Forças de segurança fizeram outras barreiras nas pistas da Esplanada, também lançando bombas de gás contra manifestantes.
Mais cedo, a estimativa da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal era que cerca de 35 mil pessoas participavam da marcha. Brasília recebeu 500 ônibus com caravanas de outros Estados que vieram à capital para o protesto.
Durante a marcha, líderes sindicais anunciaram no carro de som que nenhum mascarado ia entrar no movimento. "Estamos de olho", anunciaram e pediam que quem estiver com o rosto coberto que tirasse a máscara.
Parlamentares de partidos da oposição se juntaram à marcha por volta de 13h e subiram em um dos carros de som que cruzava a Esplanada dos Ministérios, mas disseram que só iam discursar quando estiverem na frente do Congresso Nacional.
Entre eles, estão os senadores Lindbergh Farias (RJ), Paulo Rocha (PA) e Gleisi Hoffman (PR), todos do PT, e a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ).