Um\n ônibus que realizava transporte de alunos Terena foi incendiado, na madrugada\n desta quinta-feira, 28, em Miranda, região do Pantanal. O ônibus levava\n diariamente cerca de 30 estudantes do ensino fundamental e médio de toda a\n terra indígena Cachoeirinha. O veículo estava vazio. Ninguém ficou ferido.\n Indígenas temem que o ataque esteja relacionado às ameaças de fazendeiros da\n região. \n \n O\n veículo estava estacionado na frente da casa do motorista, que presta\n depoimento à Polícia Civil na manhã de quinta. Segundo informações colhidas por\n lideranças de Cachoeirinha, o responsável pelo veículo acredita que o ônibus\n tenha sido intencionalmente incendiado com gasolina durante a madrugada. \n \n "Ele\n [responsável pelo transporte] ligou pra mim e falou: “eu não tenho problema com\n ninguém, não tenho concorrente. Por que alguém faria isso? “. E tem essas\n ameaças dos fazendeiros do dia 30. Então estamos muito preocupados com essa\n situação", explica o cacique da Cachoeirinha, Adilson Terena. \n \n No\n início do mês, o vice-presidente da Acrissul, Jonatan Pereira Barbosa, anunciou\n publicamente durante uma audiência com senadores que "se no dia 30 de\n novembro nada for feito para dar segurança e paz à região, haverá derramamento\n de sangue”. Durante uma invasão de 150 fazendeiros à sede da Fundação Nacional\n do Índio (Funai), uma participante do protesto gritou a indígenas: "o dia\n 30 está chegando (...), e rogo uma praga a vocês: morram. Morram todos!" \n \n "Dois\n anos atrás incendiaram um ônibus nosso com os alunos dentro", relembra o\n cacique. Em 4 de junho de 2011, um ônibus que transportava cerca de 30\n estudantes Terena foi atacado com pedras e coquetéis molotov. Seis pessoas\n sofreram queimaduras e quatro foram internadas em estado grave. A estudante\n Lurdesvoni Pires, de 28 anos, faleceu, vítima de ferimentos causados pelas\n queimaduras. Na época, lideranças Terena creditaram o ataque a fazendeiros da\n região, no contexto da disputa pela demarcação das terras indígenas. \n \n "Agora,\n os alunos estão com medo de ir para a escola. Diante do que já aconteceu, e\n diante dessas ameaças do dia 30, estamos muito preocupados. Esperamos que dessa\n vez isso tudo seja realmente investigado", conclui.