Correio do Estado/AB
ImprimirO procurador da Câmara Municipal e ex-secretário de finanças na administração de Gilmar Olarte (Pros) teria registrado em seu nome 96 imóveis, apurou o Ministério Público Estadual (MPE). A informação foi divulgada em nota do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS).
Esse patrimônio de André Scaff chamou a atenção dos promotores. Ele e a mulher, Karina Scaff, foram presos hoje pela manhã durante a segunda fase da Operação Midas, conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco).
Na comparação dos rendimentos como servidor municipal e o total de bens que possui, os promotores levantaram suspeita de irregularidade. Esse argumento também foi informado à Justiça na solicitação dos mandados de prisão preventiva (sem prazo para encerrar).
"O que indicaria que o acréscimo patrimonial seria proveniente de corrupção e improbidade administrativa", informou nota do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, (TJMS) ao divulgar sobre o deferimento dos pedidos de prisão.
André Scaff e sua mulher são acusados de prática dos crimes contra a administração pública, lavagem de dinheiro e crime contra a ordem tributária, segundo o TJMS.
O Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) conseguiu na 1ª Vara do Tribunal do Júri da Capital mandados de prisão preventiva (sem prazo para encerrar) contra o casal. O juiz Carlos Alberto Garcete deferiu os pedidos.
André Luiz Scaff é procurador municipal da Câmara desde 1º de março de 1985 e está lotado na coordenadoria geral de apoio jurídico. O Legislativo Municipal não divulga especificamente o salário de seus servidores. A única informação que consta é que o salário base do procurador investigado pode variar de R$ 2.275,76 a R$ 3.995,90, sem a inclusão de benefícios.
PEDIDO DE LIBERTAÇÃO
O advogado de defesa do ex-secretário de finanças da Prefeitura de Campo Grande André Scaff e de sua mulher, Karina Scaff, informou nesta tarde que teve acesso a partes do processo de acusação contra os dois e tentará protocolar o quanto antes habeas corpus pedindo para libertá-los.
José Vanderlei Alves explicou que não poderia dar detalhes sobre a investigação porque corre em segredo de Justiça. Além disso, ele ainda não tinha conseguido ter acesso completo aos autos.
MAIS MANDADOS
O Gaeco também cumpriu mandados de busca e apreensão em quatro locais, além de entregar determinações de condução coercitiva a 23 pessoas. Entre elas estão o empreiteiro João Alberto Krampe Amorim dos Santos, o ex-secretário de governo e ex-vereador Paulo Pedra, além dos vereadores Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB), e Flávio César Mendes de Oliveira (PSDB).
Algumas das conduções coercitivas, que é determinação para a pessoa prestar depoimento no Ministério Público Estadual, já estão sendo cumpridas hoje.
LISTA DOS NOTIFICADOS
André Luiz dos Santos
Andreia Silva de Lima
Ariel Dittmar Raghiant
Carlos Augusto Borges
Carlos Gustavo Cardoso Coppola
Conrado Jacobina Stephanini
Fávio César Mendes de Oliveira
Guilherme Muller
João Abib Mansour
João Alberto Krampe Amorim
José Audax Cesar Oliva
José Luiz Moreno Bisogenin
Luciano Fonseca Coppola
Mariana Andrade D'avilla
Olmar Aparecido Moura
Orlando Torres da Silva
Paulo Pedra
Ricardo Schettini Figueiredo
Ricardo Teixeira Albaneze
Sandra Maristela
A OPERAÇÃO
Em 19 de maio, André Scaff chegou a ser levado para a Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) do Centro durante a primeira fase da Operação Midas. Os policiais do Gaeco encontraram na casa dele 16 munições de calibre .38.
Ele prestou depoimento ao delegado Enilton Zalla e pagou fiança de R$ 2.640 para ser libertado. “Eu vim prestar esclarecimento, não tem nada a ver com Lama Asfáltica ou Coffee Break, é uma questão pessoal minha”, disse o procurador na época.
O advogado trabalhou na gestão de Gilmar Olarte (Pros), que está preso desde 15 de agosto depois de investigação do Gaeco que o acusa de compra de imóveis com dinheiro público desviado. A mulher de Olarte, Andreia, também está presa.