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ImprimirMato Grosso do Sul enfrenta um aumento significativo no número de acampamentos de sem-terra que reivindicam terras para produção agrícola após o retorno do PT ao poder no Brasil. De acordo com o MST (Movimento Sem-Terra), o crescimento das adesões tem sido orgânico e espontâneo, resultando em cerca de 20 acampamentos no Estado, abrigando aproximadamente 4 mil famílias em barracos.
Apesar do aumento no número de acampados, representantes dos produtores rurais afirmam que, por enquanto, o clima ainda é pacífico no Estado, sem ocorrência de conflitos recentes entre os acampados e os proprietários de terras. No entanto, a categoria vive constantemente em estado de alerta, ciente da possibilidade de invasões.
"Ainda não observamos nenhuma movimentação nesse sentido em Maracaju. Por enquanto, está tranquilo em relação a isso, mas sempre há uma apreensão. Não temos áreas consideradas improdutivas para que ocorram invasões, embora tenhamos percebido recentemente que esse critério não é mais levado em consideração por eles", ressaltou Claudia Nogueira, gerente do Sindicato Rural de Maracaju.
Desde o início da atual gestão, o governo estadual tem se mostrado receptivo a políticas que visam atender tanto as necessidades das pessoas que precisam ser realocadas pela reforma agrária quanto à proteção do patrimônio privado. "O governador Eduardo Riedel tem enfatizado várias vezes que manterá a ordem no Estado, tanto em questões indígenas quanto em invasões de áreas, garantindo o direito à propriedade", pontuou a representante.
A mesma visão é compartilhada pelo presidente da Acrisssul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), Guilherme Bumlai, que destaca também a preocupação com a segurança ambiental e das vias onde os acampamentos são instalados.
"A preocupação sempre existe, mas nós, da Acrissul, confiamos que as autoridades competentes agirão prontamente, seja no Poder Executivo ou Judiciário. É importante ressaltar que os responsáveis pela faixa de domínio devem tomar providências em relação a esse tipo de acampamento, uma vez que, muitas vezes, coloca em risco a segurança das pessoas que trafegam pelas rodovias, além de causar danos ambientais frequentes devido ao uso de fogo pelas pessoas acampadas", enfatizou Bumlai.
Agenda- O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, visitará Mato Grosso do Sul nos dias 24 e 25 para uma série de compromissos. Durante a visita, será apresentado um levantamento prévio sobre a situação dos assentamentos no Estado. O ministro tem previsão de visitar o Assentamento Itamaraty em Ponta Porã e terá uma agenda conjunta com o Governo do Estado na Capital.
Atualmente, Mato Grosso do Sul conta com 192 assentamentos, onde residem cerca de 29,6 mil famílias. A visita do ministro representa uma oportunidade para discutir e avaliar a realidade dessas comunidades rurais e buscar soluções para melhorar as condições de vida dos agricultores familiares.