CG News/AB
ImprimirO Ministério do Turismo realizou nesta sexta-feira (31), no MIS (Museu de Imagem e Som), um encontro com o intuito de reforçar a prevenção à exploração sexual de crianças e adolescentes em Mato Grosso do Sul após a Copa do Mundo. O Estado registrou 61 denúncias de exploração, entre janeiro e julho de 2014, ocupando a 20º posição no ranking das capitais brasileiras, com um dos menores indíces de denúncias.
De acordo com o coordenador geral de Proteção à Infância do Ministério do Turismo, Adelino Neto, o Mato Grosso do Sul ficou em 3º lugar com o maior número de denúncias do Centro-Oeste, com apenas 61 casos, representando 21,8% das 279 ligações. Atrás do Estado está somente Mato Grosso, com 50 denúncias. No Brasil foram registrados 3060 casos em 2014.
No ranking geral, o MS ocupou a 20º posição com um dos menores índices de denuncias, perdendo para o Mato Grosso, com 50, Piauí, 47, Sergipe, 29, Tocantins, 20, Acre, 19, Amapá, 9, e Roraima, com 4 ligações até julho de 2014.
“Nós temos denuncias. E a única leitura que podemos fazer é da quantidade de pessoas conscientizadas e disseram que a questão começou. A quantidade ainda é pequena, considerando que isso é subnotificado aqui. Este nosso trabalho é para fortalecer a rede de proteção e estimular a denúncia”, comentou o coordenador.
A psicóloga e gestora de ações sociais da Fundação de Turismo, Tania Regina Comerlato,admitiu que a prevenção contra a exploração sexual é uma “luta sem trégua”, já que muitas pessoas “não querem que isso aconteça e denunciam, porém continua acontecendo”.
Neto admitiu que o Brasil ainda é “rota para a exploração sexual” e que isso ainda é uma “chaga” na cultura. “O Turismo é uma atividade econômica importante e estão usando esta atividade para fazer coisas como esta e tendo vantagens financeiras, a ponto de terem mais vantagem com este tipo de situação do que com a própria hospedagem”, alertou o coordenador.
Os encontros começaram no 1º semestre de 2014 em cidades que foram sedes da Copa do Mundo e agora se estendem para as cidades que não receberam os jogos.
A gerente técnica de prevenção à violência e a acidentes da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), Maria Sueli Mendes Nogueira, em 2013 foram registrados 4,16 mil casos de violência em Campo Grande, destes 274 casos são de violência sexual.
Mas nem todos os casos são de exploração sexual. “É difícil a saúde identificar a exploração sexual. Quando a criança vem até aqui e identificamos a violência sexual e suspeitamos da exploração, nós encaminhamos a investigação para outros órgãos”, explicou.
Em caso de suspeita de exploração sexual, as denuncias podem ser feitas através do Disque 100 ou através do aplicativo “Proteja Brasil”, desenvolvido pela Uniceg e o Governo. O app está disponível na Apple Store e no Google Play.