Parados há mais de um mês, servidores do IBGE (Instituto Brasileiro de \n Geografia e Estatística) seguem em greve em todo país. Além dos \n contratados, funcionários temporários, responsáveis pelo trabalho a \n campo, também cruzaram os braços. Com isso, todas as pesquisas \n desenvolvidas pelo Instituto ficaram comprometidas. Desde ontem (2), \n representantes dos sindicados estaduais se concentram em Brasília (DF) \n para forçar uma negociação com Ministério do Planejamento. Das 11 \n agências no Estado, sete estão totalmente paradas. Pelo menos 80% dos \n funcionários em Mato Grosso do Sul aderiram à greve.

Sem os serviços desenvolvidos pelo órgão, os reflexos não tardarão a \n aparecer, acreditam os servidores. “Por exemplo, todas as informações \n utilizadas pelo Copom (Comitê de Política Monetária) são fornecidas pelo\n IBGE. Com esses dados, o Comitê traduz isso nos índices para definir as\n taxas, como a Selic. Essa paralisação influencia de maneira geral”, \n disse a integrante do sindicato Ana Cristina Rabelo.O Sindicato \n dos Servidores do IBGE frisa que o mote da greve é o sucateamento da \n instituição, além das condições precárias dos trabalhadores temporários.\n Conforme os sindicalistas, estes servidores não são contratados não \n possuem nem um tipo de seguro. Estes temporários, responsáveis por \n pesquisas periódicas, podem permanecer por três anos no órgão. “Quando termina esse período, eles saem sem nada. Não têm direito a nada”, disse Ana Cristina.De\n acordo com o presidente do sindicato, Wilson Douglas de Queiroz Blini, o\n órgão não tem condições de executar seu plano de trabalho por falta de \n orçamento e pessoal, há anos o IBGE vem contratando funcionários \n temporários. “Esse pessoal temporário é explorado, ganha pouco mais de \n um salário mínimo e executam a mesma tarefa que um servidor”, denuncia.Conforme\n o sindicato, até o momento o Ministério não mostrou intenção de \n negociar. Em 2012, quando os servidores fizeram greve, houve acordo para\n o pagamento de reajuste, firmado em três parcelas. A última será paga \n em 2015. Por isso, a pasta diz que há um acordo vigente e não pretende \n sentar à mesa de negociações.Entretanto, os servidores alegam que\n o salário não é a questão principal no momento e apontam a falta de \n pessoal como um dos grandes problemas. Os concursos feitos pelo órgão em 2010 e 2014, não preenchem, nem se quer, as vagas \n dos funcionários que estão se aposentando”, afirmou Ana Cristina.O Sindicado acredita que a partir deste mês, a falta de pesquisa começará a refletir de forma mais severa.